Tarifa de ônibus em Cuiabá vai a R$ 1,85; a terceira mais cara do Brasil

Fim da polêmica. Está praticamente definida a nova tarifa do transporte coletivo em Cuiabá: R$ 1,85. A valor foi estabelecido durante reunião nesta sexta-feira do Conselho Municipal de Transportes, no Palácio Alencastro. Agora, a proposta será encaminhada ao prefeito Wilson Santos, a quem caberá acatar ou não e, posteriormente, baixar o decreto. A proposta é 4 centavos a menos que o valor apontado como sendo ideal no estudo realizado pelo Conselho Regional de Economia (Corecon). Apesar disso, Cuiabá fica com a terceira mais alta tarifa de coletivos do Brasil, perdendo apenas para São Paulo (SP), R$ 2,00; e Campo Grande (MS), R$ 1,90.

Com o valor sugerido pelo conselho – considerada a última instância de deliberação antes do prefeito baixar o decreto – a tarifa que será cobrada dos usuários do sistema em Cuiabá, provavelmente a partir de domingo, iguala-se aos praticados em Belo Horizonte e também em Porto Alegre. Os empresários do sistema de transporte coletivos, que vinham reivindicando o aumento há mais de seis meses, pressionaram pelo reajuste do valor, para R$ 2,20. O aumento agora foi na ordem de 15%.

Evidentemente, vem protestos por ai. O Comitê de Luta pelo Transporte Público (CLTP) deverá manter os protestos. Seguindo uma linha política, eles insistirão na redução da tarifa para R$ 0,81, baseado em estudo realizado pela CPI dos Transportes da Câmara Municipal de Cuiabá. O último protesto do segmento popular acabou em conflito entre estudantes e Polícia Militar, na posse do secretário Oscar Martins na Secretaria de Transportes.

O aumento da tarifa também não agrada o segmento empresarial. Para o presidente do Foremat, Célio Fernandes, todo aumento de tributos e encargos devem apresentar uma justificativa, e esta deve ser feita com clareza e transparência. Ele observou que ao longo dos anos os reajustes foram impostos sem argumentos que comprovassem seu merecimento. “Sabemos que a prefeitura não tem o controle das planilhas, ficando refém dos aumentos impostos pelos empresários, donos das frotas, que são principais beneficiários do aumento”, disse Fernandes.

O diretor da Associação Comercial de Cuiabá, Roberto Peron, ponderou que o aumento no preço da passagem significa um impacto na folha de pagamento do micro e pequeno empresário. “A conseqüência maior que temos com a ação é um crescimento das despesas da empresa, o que pode gerar demissões”, destacou Peron ao falar que o aumento será compensado com a elevação dos preços dos produtos nas gôndolas.

Nos valores de hoje, a R$ 1,60, a tarifa de ônibus em Cuiabá só perde em menor valor para Porto Velho (RO), com R$ 1,00; Macapá (AP), R$ 1,30; Belém, R$ 1,25; Aracaju (SE) - R$ 1,55; São Luís (MA) - R$ 1,50; Teresina (PI) - R$ 1,50; João Pessoa (PB) - R$ 1,45; e Natal (RN) - R$ 1,45. Fortaleza (CE) e Maceió (AL) praticam o mesmo valor atualmente cobrado em Cuiabá. Em Brasília, segundo o levantamento, o valor de tarifa também está abaixo do que é praticado atualmente na Capital: R$ 1,50.

Além da SMTU, como representante da Prefeitura, integram o conselho representantes da Comissão de Transporte da Câmara Municipal de Cuiabá, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Secretaria de Bem Estar Social, Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos, Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Mato Grosso, Sindicato das Empresas de Táxi-Lotação de Cuiabá e Várzea Grande, Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Passageiros de Cuiabá, Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Terrestre de Mato Grosso, União Cuiabana das Associações de Moradores, União Coxipoense das Associações de Moradores, Federação do Comércio de Mato Grosso, Associação Mato-grossense dos Deficientes, Associação Mato-grossense dos Estudantes, Secretaria Municipal de Obras, e Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de Mato Grosso.