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Internacional
Quarta - 22 de Fevereiro de 2006 às 12:10

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Líderes da facção Fatah concordaram na quarta-feira em tentar encontrar consenso para que haja uma parceria de governo entre a legenda e o grupo militante Hamas.

A Fatah não tem mostrado muito entusiasmo a respeito da idéia de ingressar em um governo liderado pelo poderoso rival, que conquistou o domínio do Parlamento nas eleições de 25 de janeiro com promessas de acabar com a corrupção na Autoridade Palestina, dominada há muitos anos pela facção.

Depois de conversas na casa de um líder do Hamas em Gaza, Azzam al-Ahmad, da Fatah, disse que "queremos encontrar pontos em comum e esperamos que haja um acordo".

Ahmad afirmou à Reuters que a Fatah insistiria para que um governo liderado pelo Hamas adote a agenda do presidente Mahmoud Abbas para negociar a paz com Israel.

O Hamas, que defende a destruição do Estado judaico, já declarou que conversas com Israel seriam uma perda de tempo.

Diante das ameaças do presidente dos EUA, George W. Bush, e de alguns países do Ocidente de suspender a ajuda para um governo controlado pelo Hamas, o Irã prometeu apoio financeiro à empobrecida Autoridade Palestina.

Israel, que acusa o Hamas e o Irã de serem partidários do terrorismo, já suspendeu o repasse de impostos arrecadados em nome dos palestinos.

"Certamente, vamos dar apoio financeiro a esse governo a fim de que possam resistir à opressão dos EUA", disse Ali Larijani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, segundo a agência de notícias Isna.

As declarações foram dadas depois de uma reunião com Khaled Meshaal, líder do Hamas que viajou até Teerã em meio a uma série de visitas a países da região para pedir ajuda financeira.

Autoridades norte-americanas e israelenses estão preocupadas com a possibilidade de o Irã, que, como o Hamas, defende a luta armada para destruir Israel, ganhe força dentro de um governo liderado pelo Hamas, tornando ainda menores as chances de retomada de um processo de paz.

Negociações sobre coalizão As negociações entre o Hamas e a Fatah acontecem um dia depois de Abbas ter pedido formalmente a Ismail Haniyeh, político escolhido pelo Hamas para ser o próximo primeiro-ministro palestino, que formasse um governo.

Haniyeh, visto por muitos palestinos como um pragmático, tem até cinco semanas para montar o governo. O Hamas declarou que isso deve ocorrer em duas semanas.

Em Ramallah, Nabil Shaath, um importante membro da Fatah, afirmou que muitos integrantes da facção eram contrários à aliança com o Hamas porque "precisamos de tempo para reconstruir o movimento" depois da surpreendente derrota nas urnas.

"A Fatah participa efetivamente do poder, por meio da posição do presidente Abbas. Mas precisamos discutir um programa político a fim de participar de um governo", afirmou Shaath.

Israel disse que não poderá negociar com o Hamas enquanto o grupo não reconhecer o direito de existir do Estado judaico, não renunciar à violência e não aderir aos acordos de paz.

Em entrevista concedida na terça-feira, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que o país lutaria "contra o Hamas com a força que for necessária".

O Hamas realizou quase 60 atentados suicidas em Israel desde o começo do atual levante palestino, em 2000. Cerca de um ano atrás, porém, o grupo aderiu a um cessar-fogo.





Fonte: Reuters

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