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Quarta - 22 de Fevereiro de 2006 às 09:25

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Militantes do Comitê de Luta pelo Transporte Público e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizam panfletagem pelo fim da restrição de linhas do passe livre e pela redução da tarifa do transporte nesta sexta-feira (dia 24), às 09h30, na MTU (Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos), localizada na rua Joaquim Murtinho, centro de Cuiabá.

A intenção é dialogar com as pessoas que estão nas imensas filas dentro da MTU e com aquelas que passam pelo local. Também haverá caixa de som para fazer falas, puxar palavras de luta e colocar músicas para dar o tom das reivindicações.

A atividade faz parte da campanha popular pela redução da tarifa, que também conta com a adesão do Movimento de Consciência Negra, do Sindicato dos Trabalhadores na Educação, da Pastoral da Juventude da igreja, da Cúpula Sul (movimento cultural da região do Coxipó), da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo (Assut), o Movimento Cívico de Combate à Corrupção (MCCC), Central Única dos Trabalhadores (Cut) e a Federação Mato-grossense das Associações de Moradores de Bairro (Femab).

A MTU foi o local escolhido em razão da grande concentração de estudantes para o recadastramento do CT (Cartão Transtorno) e da recente restrição imposta pelos empresários em parceria com a prefeitura da capital no que diz respeito ao número de linhas a serem escolhidas pelos alunos.

A MTU e a Secretaria de Transportes limitaram em quatro o número de linhas aos estudantes, o que dificulta ainda mais o acesso ao transporte coletivo, gerando ainda mais superlotação nos ônibus, demora para chegar ao destino.

A restrição de linhas também provoca gastos a mais dos alunos, uma vez que atividades curriculares extraclasse ficam de fora do limite imposto pelos empresários do transporte.

Universitários que fazem estágios, como os de Medicina e Enfermagem, são alguns dos que têm passado por transtornos no dia-a-dia. Por conseqüência, a comunidade carente atendida por eles também sofre, em razão da falta ou diminuição de pessoas nas unidades de saúde.

Quanto à luta pela redução da tarifa, os argumentos utilizados são conhecidos de toda a sociedade e se pautam nos aspectos técnico (resultados da CPI do Transporte da Câmara de Vereadores de Cuiabá), jurídico (Lei Orgânica do Município) e principalmente social (nível de pobreza).

Em termos técnicos, a CPI apontou que a tarifa deve ser de R$ 0,81 e que, portanto, R$ 1,60 está 100% superfaturado. Mostrou que 74% dos ônibus estão sucateados. Que os empresários do transporte devem mais de R$ 138 milhões ao poder público em taxas de outorga, impostos e multas. E que a prefeitura não possui dívida com as firmas de coletivos em relação ao passe livre.

Em termos legais, a Lei Orgânica do Município, artigo 206, estabelece que a tarifa do transporte coletivo deve ser condizendo com o poder aquisitivo da população.

Em termos sociais - o que para nos é o fundamental -, 32% da população de Cuiabá e Várzea Grande não tem dinheiro para usar ônibus. Isso significa que mais de 200 mil pessoas estão excluídas do transporte coletivo nas duas cidades, e se aumentar, então, a situação se tornará ainda pior.





Fonte: 24HorasNews

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