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Koizumi freia planos de reformar Lei de Sucessão ao trono japonês
A gravidez da nora do imperador Akihito e cunhada do príncipe herdeiro, Naruhito, freou os planos do primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, para facilitar a ascensão de uma mulher ao Trono do Crisântemo.
Koizumi mostrou hoje pela primeira vez cautela em relação a sua anunciada reforma da Lei de Sucessão, após ser informado sobre a gravidez da princesa Kiko e a possibilidade de que dê à luz a um herdeiro homem da Monarquia mais antiga do mundo.
"A Lei deveria ser promulgada de um modo que satisfaça todas as partes com interesses, depois que o assunto for abordado com cuidado", disse Koizumi em reunião do Comitê de Orçamentos da Câmara Baixa do Parlamento.
Esta é a primeira vez que Koizumi parece frear seus planos de levar adiante a reforma da lei, que permitiria a entronização de uma mulher, antes do término da atual sessão do Parlamento, em 18 de junho.
Segundo a atual Lei de Sucessão, só um homem descendente por linha direta do imperador pode herdar o trono.
A reforma da lei pretendia atenuar o fato de que o primogênito do imperador Akihito, o príncipe Naruhito, e sua esposa, a princesa Masako, têm apenas uma filha, Aiko, de quatro anos.
No entanto, esta situação mudou quando a Casa Imperial anunciou nesta terça-feira a gravidez da princesa Kiko, esposa do príncipe Akishino, irmão mais novo de Naruhito, e o nascimento do bebê em setembro ou outubro.
Se for um menino, com a atual lei ainda vigente ele se transformaria em terceiro na linha de sucessão ao trono, após Naruhito e Akishino.
Logo após o anúncio da gravidez e sua influência no plano de reforma da Lei de Sucessão, Koizumi ressaltou ontem que faria o possível para implantar as emendas nos próximos meses.
"Acho que deveríamos permitir que as mulheres e seus descendentes reinassem, pelo bem do sistema imperial, que é o símbolo do Japão, a fim de garantir uma sucessão imperial estável", disse Koizumi, antes de se reunir com seus ministros e mudar de opinião.
Em novembro, um comitê de analistas recomendou ao Governo uma mudança legal para que o filho primogênito do imperador possa reinar, independentemente se for homem ou mulher.
Para Koizumi, a pronta promulgação da nova lei permitiria que Aiko fosse educada para ser a primeira imperatriz do Japão desde o século XVIII.
No entanto, como ressaltou a agência "Kyodo", as declarações feitas pelo primeiro-ministro hoje sugerem que Koizumi já notou as dúvidas que existem em seu próprio Governo sobre a conveniência de apresentar em breve ao Parlamento a reforma da Lei de Sucessão.
O ministro porta-voz do Governo, Shinzo Abe, ressaltou hoje que "não é desejável" para o Executivo estabelecer um prazo para apresentar a reforma da lei, porque esta "é diferente das outras leis".
"Por um acaso é necessário levar adiante esta reforma durante a atual sessão do Parlamento?", perguntou na sexta-feira o ministro de Exteriores, Taro Aso.
O titular de Finanças, Sadakazu Tanigaki, propôs um meditado "consenso nacional" antes de tomar uma decisão.
Esses três ministros são candidatos à sucessão de Koizumi quando este deixar em setembro a presidência do Partido Liberal-Democrata (PLD) e a chefia do Governo, daí o peso de seus comentários.
Embora as pesquisas indiquem que 70% da população japonesa apóia a mudança da lei, sua rejeição é muito forte nos grupos tradicionalistas mais poderosos do país.
O primo do imperador, o príncipe Tomohito Mikasa, declarou recentemente que o Japão deve conservar a linha de sucessão patrilinear e que se deve analisar a possibilidade de adoção de algum membro da nobreza ligado por sangue ao imperador, o que foi abolido após a Segunda Guerra Mundial.
Mikasa é casado com a irmã do ministro de Exteriores, um dos "falcões" do Governo de Koizumi e líder de uma das facções mais conservadoras do PLD.
A imprensa japonesa não deixou escapar esta "coincidência" e alguns meios sugeriram que as intrigas na Corte poderiam se transformar novamente em um fator político de peso no Japão.
Enquanto se buscam soluções para a crise de sucessão, a Casa Imperial continua divulgando detalhes sobre a gravidez de Kiko e informou hoje que já começaram os preparativos em torno da mãe, com a busca de uma enfermeira que possa atendê-la em seu palácio do distrito de Akasaka, em Tóquio.
Kiko e Akishino são pais de outras duas meninas, Mako, de 14 anos, e Kako, de 11, e muitos meios destacaram a conveniência da gravidez da princesa, uma década após ter dado à luz pela última vez e exatamente quando se tentava alterar a Lei de Sucessão.
"A Lei deveria ser promulgada de um modo que satisfaça todas as partes com interesses, depois que o assunto for abordado com cuidado", disse Koizumi em reunião do Comitê de Orçamentos da Câmara Baixa do Parlamento.
Esta é a primeira vez que Koizumi parece frear seus planos de levar adiante a reforma da lei, que permitiria a entronização de uma mulher, antes do término da atual sessão do Parlamento, em 18 de junho.
Segundo a atual Lei de Sucessão, só um homem descendente por linha direta do imperador pode herdar o trono.
A reforma da lei pretendia atenuar o fato de que o primogênito do imperador Akihito, o príncipe Naruhito, e sua esposa, a princesa Masako, têm apenas uma filha, Aiko, de quatro anos.
No entanto, esta situação mudou quando a Casa Imperial anunciou nesta terça-feira a gravidez da princesa Kiko, esposa do príncipe Akishino, irmão mais novo de Naruhito, e o nascimento do bebê em setembro ou outubro.
Se for um menino, com a atual lei ainda vigente ele se transformaria em terceiro na linha de sucessão ao trono, após Naruhito e Akishino.
Logo após o anúncio da gravidez e sua influência no plano de reforma da Lei de Sucessão, Koizumi ressaltou ontem que faria o possível para implantar as emendas nos próximos meses.
"Acho que deveríamos permitir que as mulheres e seus descendentes reinassem, pelo bem do sistema imperial, que é o símbolo do Japão, a fim de garantir uma sucessão imperial estável", disse Koizumi, antes de se reunir com seus ministros e mudar de opinião.
Em novembro, um comitê de analistas recomendou ao Governo uma mudança legal para que o filho primogênito do imperador possa reinar, independentemente se for homem ou mulher.
Para Koizumi, a pronta promulgação da nova lei permitiria que Aiko fosse educada para ser a primeira imperatriz do Japão desde o século XVIII.
No entanto, como ressaltou a agência "Kyodo", as declarações feitas pelo primeiro-ministro hoje sugerem que Koizumi já notou as dúvidas que existem em seu próprio Governo sobre a conveniência de apresentar em breve ao Parlamento a reforma da Lei de Sucessão.
O ministro porta-voz do Governo, Shinzo Abe, ressaltou hoje que "não é desejável" para o Executivo estabelecer um prazo para apresentar a reforma da lei, porque esta "é diferente das outras leis".
"Por um acaso é necessário levar adiante esta reforma durante a atual sessão do Parlamento?", perguntou na sexta-feira o ministro de Exteriores, Taro Aso.
O titular de Finanças, Sadakazu Tanigaki, propôs um meditado "consenso nacional" antes de tomar uma decisão.
Esses três ministros são candidatos à sucessão de Koizumi quando este deixar em setembro a presidência do Partido Liberal-Democrata (PLD) e a chefia do Governo, daí o peso de seus comentários.
Embora as pesquisas indiquem que 70% da população japonesa apóia a mudança da lei, sua rejeição é muito forte nos grupos tradicionalistas mais poderosos do país.
O primo do imperador, o príncipe Tomohito Mikasa, declarou recentemente que o Japão deve conservar a linha de sucessão patrilinear e que se deve analisar a possibilidade de adoção de algum membro da nobreza ligado por sangue ao imperador, o que foi abolido após a Segunda Guerra Mundial.
Mikasa é casado com a irmã do ministro de Exteriores, um dos "falcões" do Governo de Koizumi e líder de uma das facções mais conservadoras do PLD.
A imprensa japonesa não deixou escapar esta "coincidência" e alguns meios sugeriram que as intrigas na Corte poderiam se transformar novamente em um fator político de peso no Japão.
Enquanto se buscam soluções para a crise de sucessão, a Casa Imperial continua divulgando detalhes sobre a gravidez de Kiko e informou hoje que já começaram os preparativos em torno da mãe, com a busca de uma enfermeira que possa atendê-la em seu palácio do distrito de Akasaka, em Tóquio.
Kiko e Akishino são pais de outras duas meninas, Mako, de 14 anos, e Kako, de 11, e muitos meios destacaram a conveniência da gravidez da princesa, uma década após ter dado à luz pela última vez e exatamente quando se tentava alterar a Lei de Sucessão.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/319972/visualizar/
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