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Internacional
Segunda - 23 de Janeiro de 2006 às 20:39

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Gaza - No último dia de campanha eleitoral nos territórios palestinos autoridades do Hamas aproveitaram para criticar Israel, mas deixaram uma brecha para negociações. O Hamas tem crescido nas pesquisas com uma plataforma cuja principal bandeira é acabar com a corrupção do partido governista, o Fatah. Como muitos palestinos parecem cansados de cinco anos de luta contra Israel, o grupo diz ter acabado com sua ideologia violenta, mas afirma ainda estar comprometido com a luta armada.

Candidatos do Fatah, por sua vez, se juntaram a milhares de pessoas em uma caminhada até a casa de Yasser Arafat, em Gaza, esperando que a memória do povo fosse fustigada com a lembrança do antigo líder.

Pesquisas recentes mostram militantes do Hamas ganhando campo nas votações contra o Fatah em sua campanha para o governo. Dois dias antes das votações, que será na quarta-feira, a corrida para os 132 lugares do parlamento palestino está perto de acabar.

Mahmoud Zahar, um dos líderes do Hamas, diz que o grupo poderá tentar uma negociação com Israel através de um terceiro partido. "Negociação não é um tabu", diz Zahar."Se há algo que o inimigo possa oferecer como parar com as agressões, libertar nossos prisioneiros, nós iremos dar um jeito para isso acontecer".



A Lembrança de Arafat Do lado de fora da casa de Arafat um pôster gigante do líder morto e pequenos pôsteres do Fatah eram vistos, onde 2.000 membros do partido, em coro, pregavam o seu compromisso "pelo sangue dos mártires, pelas chagas dos feridos, pelo sofrimento dos prisioneiros e pelo voto nos candidatos do Fatah".

Ao evocar a memória de Arafat o Fatah demonstra o desafio que será vencer o Hamas, que no ano passado suspendeu seu ataque de homens-bomba na guerra contra Israel.

Ajudante na campanha do Hamas, Huzeifa Abu Fadel, de 22 anos, está confiante na vitória. "Nós veremos verde em todos os lugares do Conselho Legislativo", disse, referindo-se à cor do partido.

Na cidade de Hebron, um pôster do Hamas declara que "com uma mão iremos construir e com a outra iremos lutar". Já em um pôster do Fatah diz que o grupo foi "o primeiro a atirar e a resistir contra a ocupação, e o primeiro a mostrar a democracia". Ainda nessa segunda-feira, um pequeno grupo militante islâmico exigiu que os palestinos boicotassem a votação, mas não é esperado que a exigência seja atendida. A ministra do exterior de Israel, Tzipi Livni, clamou pela comunidade internacional para rejeitar a participação de militantes armados na legislatura palestina.



A Opinião Internacional Os EUA propagam a idéia de eleições democráticas no Oriente Médio, e não pressionam Abbas para bloquear o Hamas nas eleições. Mas continuam considerar o Hamas uma organização terrorista, e dizem que não negociarão com nenhum integrante do Hamas que esteja no governo palestino.

Já para o primeiro-ministro britânico Tony Blair um parlamento formado por uma grande amostra de representantes do Hamas poderá ser fonte de sérios problemas. "É muito difícil para nós negociar com o Hamas, a não ser que eles renunciem completamente ao terrorismo", disse Blair.

Em um debate num canal libanês, Zahar usou novamente o argumento de que a policia palestina quebrou várias de suas costelas durante um interrogatório há alguns anos. Zahar criticou a Autoridade Palestina por negociar com Israel.

Em resposta, o líder do Fatah Mahmoud Dahlan desafiou Zahar a explicar como o Hamas irá resolver os problemas que requerem intervenções israelenses, como travessias entre os território da Palestina e de Israel. "Você está prestes a entrar para a Autoridade Palestina. Nós lhe damos as boas-vindas", disse Dahlan. "Agora você descobrirá o sofrimento de estar no governo".





Fonte: Agência Estado

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