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Cultura
Segunda - 09 de Janeiro de 2006 às 06:58
Por: Giordanna Santos

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Ecletismo é a palavra que melhor descreve o grupo Black Cherry Jazz Trio. Diretamente de Curitiba (PR) para a capital mato-grossense, o grupo fará hoje sua estréia no Tom Chopim. Na quinta e sexta-feira o trio mostra o melhor da música instrumental, no Espaço Ângela Guedes. Encerrando a temporada, Black Cherry se apresenta na Mistura Fina, em Chapada dos Guimarães. Diferente do que se imagina, Black Cherry não é um grupo só de jazz. O grupo toca esse estilo de música, mas utiliza de outros recursos e estilos para compor um repertório amplo, moderno e bem eclético.

Quando se fala em jazz as pessoas não imaginam que jovens conheçam, entendam e principalmente possam tocar esse ritmo. Mesmo porque o jazz é um estilo "desconhecido" para a maioria das pessoas. Mas contrariando essa "maioria" os jovens Ian e Allan Giller Branco e Ruan de Castro formaram há sete meses esse grupo. Ruan ressalta que antes da formação do trio eles já tocavam juntos na noite curitibana.

Sobre o nome da banda, os músicos explicam que Black Cherry é uma homenagem a um dos grandes ídolos do grupo: Scott Henderson. "É sempre difícil escolher o nome. Então pensamos em colocar o título de uma música de Henderson, que é uma de nossas referências musicais", confessa Ruan.

Para quem não conhece, Henderson é um dos artistas mais aclamados por todas as publicações especializadas em música. Em 1991, foi eleito pelas revistas Guitar World e Guitar Player como o melhor guitarrista de jazz do ano. Não é à toa que o trio tem Henderson como uma das mais fortes "inspirações" musicais.

Além de Scott Henderson, o grupo toca o melhor da música instrumental, jazz, fusion e música popular brasileira (MPB). O repertório conta com composições próprias e com clássicos do jazz como John Coltrane e Charlie Parker, Sonny Rollins, Herbie Hancook, Miles Davis -em sua fase funk/fusion -, WheaterReport, Wes Mongomery.

E como não poderia de deixar de ter no repertório alguns expoentes da música instrumental brasileira, o trio também se inspira em Tom Jobim, Hermeto Paschoal, Heraldo do Monte, Paulo Branco. O grupo também não deixa de lado o velho e bom rock"n"roll. Ruan, Ian e Allan procuram se espelhar em artistas clássicos como o guitarrista Jimi Hendrix e o grupo Rage Against The Machine.

O grupo Black Cherry é formado pelos irmãos Ian (bateria) e Allan Giller Branco (baixo) e Ruan de Castro (guitarra), que há três anos se dedica à música na capital paranaense.

No início da carreira, o guitarrista tocou em algumas bandas de rock como por exemplo Spirit e Lynhas de Montagem. Ainda integrando esses grupos, Ruan se apresentou em Cuiabá e em Chapada dos Guimarães, quando participou do tradicional Festival de Inverno de Chapada.

Em Curitiba, Ruan atuou nos grupos Bacharelando da Boemia (Movimento de Resgate da MPB) e também como sideman de Sarita Cavancanthi e Paulo Branco. Dessas experiências em Curitiba, ele conheceu os irmãos Giller, que vêm de uma família de músicos conceituados. Os pais de Ian e Allan, a pianista Marília Giller (Trispis) e o saxofonista Paulinho Branco (Grupo Sotak), que são referências importantes para a história da música curitibana. Allan e Ian acompanham o pai no grupo Sotak. Já Ruan toca com Paulo Branco em outra banda.

Com uma grande bagagem musical, Black Cherry se adapta ao local e ao público. Por isso, o grupo "busca na improvisação os limites da música instrumental". Sobre o repertório dos shows, Ruan e Ian afirmam que, apesar de terem quase 40 músicas preparadas, tudo dependerá do público. "Às vezes começamos com ritmos mais leves. Dependendo da resposta da platéia, podemos transitar entre um rock e jazz mais moderno. Mas quase sempre tudo acaba em rock"n"roll".

Acostumados com um espaço e um público cativo na capital paranaense, o trio afirma que não há diferenças entre os curitibanos e os cuiabanos. "Apesar de já termos conquistado um espaço em Curitiba e também de lá ter um público para esse estilo, acreditamos que em Mato Grosso também há esse público. O único problema é que não há incentivo e divulgação".

Sem receio do "novo público" e animados para apresentar o melhor do jazz moderno, Black Cherry pretende mostrar, principalmente aos jovens cuiabanos, que jazz não tem idade. "Jovem pode sim escutar jazz", assegura Ian.

Serviço - O grupo Black Cherry Jazz Trio estréia hoje no bar Tom Chopin, às 20h. Nesta quinta e sexta-feira o trio fará apresentações no Espaço Cultural Ângela Guedes, também às 20h. A última apresentação será neste sábado na pizzaria Mistura Fina, em Chapada dos Guimarães.




Fonte: A Gazeta

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