Namorada de mandante de massacre em ônibus se entrega

Brenda dos Santos, namorada do traficante Anderson Gonçalves dos Santos, o Lorde, acusado de comandar o massacre ao ônibus 350, na Penha, Rio de Janeiro, se entregou à polícia nesta madrugada, em Duque de Caxias (RJ). Ela vinha negociando nas últimas horas sua rendição, após Lorde se apresentar à polícia na quarta-feira à noite, na mesma cidade da Baixada Fluminense. Na delegacia, ela negou participação no crime. Disse que estava em uma festa na noite do crime.

A jovem é acusada de ter participado do ataque ao coletivo, realizado no dia 29 de novembro de 2005. Na ocasião, morreram cinco passageiros, queimados vivos, e outras 14 pessoas resultaram feridas. Segundo testemunhas, Brenda fez sinal para o coletivo parar, permitindo a abordagem dos criminosos. Na quarta-feira, a polícia soltou Sabrina Marques Mendes, que passou 27 dias presa por engano, ao ser confundida com Brenda.

Na ocasião do crime, segundo testemunhas, pelo menos cinco traficantes começaram a bater de casa em casa, convocando moradores para queimarem ônibus. A ação teria sido ordenada por Lorde, chefe do tráfico do Morro da Fé, da Vila Pequiri e da Comunidade da Guaíba, na capital fluminense.

Lorde teria ordenado o crime para vingar a morte de cúmplices em ações da Polícia Militar (PM). Durante o incêndio, o faxineiro Rogério Mendes de Oliveira, 27 anos, perdeu a mulher, Wania Lúcia Barbosa, 35, e a filha, Vitória Cristina Barbosa - 1,2 meses. As duas morreram abraçadas em meio às chamas.

Dois dias após o ataque, quatro homens apareceram mortos a tiros dentro de um Meriva, na Penha. A polícia apontou o traficante Paulo Rogério Souza Reis, o Mica, também do Morro da Fé e inimigo de Lorde, como o mandante das execuções. Os quatro mortos teriam participado do ataque ao ônibus. Lorde, em depoimento à polícia, negou tudo e acusou Mica de ser o verdadeiro mandante do massacre no ônibus.

Resta deter ainda Gabriel Távora, o Boca Mole, acusado de participar do ataque ao coletivo.