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Internacional
Sexta - 06 de Janeiro de 2006 às 11:25

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os líderes da Autoridade Nacional Palestina (ANP), EUA, União Européia, e Japão fizeram votos hoje pelo restabelecimento da saúde de Ariel Sharon e expressaram ao primeiro-ministro israelense interino, Ehud Olmert, o desejo de que continuem as iniciativas de paz promovidas pelo líder veterano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou Sharon por seu importante papel para a paz no Oriente Médio.

O presidente transmitiu sua preocupação pela saúde de Sharon em mensagem enviada ao primeiro-ministro interino de Israel, Ehud Olmert.

"Recebi, com preocupação, a notícia do agravamento do estado de saúde do Primeiro-Ministro Ariel Sharon. Em nome do Governo e do povo brasileiros, e em meu próprio nome, transmito a Vossa Excelência meus melhores votos para a recuperação", segundo a nota enviada por Lula.

Lula acrescentou que, por sua "atuação pessoal", Sharon "tem desempenhado papel de fundamental importância nos esforços de paz em curso no Oriente Médio".

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, afirmou que acompanha o estado de saúde de Sharon com "grande preocupação", mas que a situação não alterará o processo eleitoral palestino.

Fontes oficiais palestinas, assim como membros das facções islâmicas, expressaram seus temores de que a possível morte de Sharon possa afundar a região em turbulências e inclusive adiar as eleições legislativas palestinas, previstas para 25 de janeiro.

"Não há dúvida de que o que aconteceu a Sharon afeta primeiro a Israel, mas não influirá nas nossas eleições", afirmou Abbas em declarações à imprensa Por sua vez, o vice-primeiro-ministro palestino, Nabil Shaath, disse que a gravidade do estado de Sharon não mudará a situação em Israel até as eleições legislativas no país, em 28 de março.

"Acho que não haverá outro líder entre os israelenses como Sharon, embora seu vice, Ehud Olmert, tenha idéias muito próximas das suas", acrescentou Shaath em aparente alusão aos planos de paz do primeiro-ministro, que tinha a intenção de aplicá-los depois das eleições à frente de seu novo partido, o Kadima.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, também expressou sua profunda preocupação pelo estado de saúde do primeiro-ministro israelense.

"O secretário-geral está acompanhando os eventos muito de perto e espera que o primeiro-ministro se recupere em breve. Seus pensamentos estão com sua família (de Sharon), assim como com o Governo e o povo de Israel", declarou em comunicado seu porta-voz, Stephan Dujarric.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, um dos primeiros a se manifestar, emitiu uma declaração na qual destacou que ele e sua esposa Laura compartilham "a preocupação do povo israelense" e estão "orando por sua recuperação".

"É um bom homem, um homem forte, profundamente preocupado com a segurança do povo israelense e um homem com uma visão de paz", disse Bush na sede do Departamento de Estado.

O alto representante para a Política Externa e de Segurança Comum da UE, Javier Solana, expressou confiança na recuperação de Sharon e na continuidade do processo político iniciado para obter a paz no Oriente Médio.

Além disso, Solana transmitiu toda sua "amizade e solidariedade" à família e amigos de Sharon. O ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, conversou com dirigentes israelenses para se inteirar do estado de saúde do primeiro-ministro, a quem desejou, em nome do Governo da Espanha e de seu presidente de Governo, José Luis Rodríguez Zapatero, um "em breve restabelecimento".

O presidente francês, Jacques Chirac, em comunicado divulgado pelo Palácio do Eliseu, defendeu a continuação das "valentes iniciativas" de Sharon, "às quais toda a comunidade internacional rendeu tributo".

Chirac expressou a esperança de que o primeiro-ministro israelense supere o "doloroso" momento que atravessa, e disse que Sharon está em seus "pensamentos".

O ministro britânico de Assuntos Exteriores, Jack Straw, destacou o "impacto" que representa para o Reino Unido, "para o povo em Israel e para a população de toda a região", a situação de Sharon. Straw disse em um comunicado que Sharon surpreendeu a todos pela coragem demonstrada nos últimos anos para trabalhar por um acordo de paz entre Israel e os palestinos. O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, qualificou o estado crítico do dirigente israelense como "um fato muito doloroso do ponto de vista humano e absolutamente negativo no plano político", em um momento "que podia ser histórico". No entanto, o dirigente italiano manifestou sua esperança de que aconteça o que, segundo ele, Sharon o dizia sempre: "que seus pais queriam que houvesse um Estado de Israel livre e seguro que convivesse junto aos árabes". Por sua vez, o primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, suspendeu hoje a viagem que tinha agendada para o próximo fim de semana a Israel e à sede da Autoridade Palestina. Entre os críticos do primeiro-ministro israelense a se manifestarem sobre a situação atual, o ex-ministro palestino Yasser Abed Rabo, membro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), disse que Sharon "empregou um punho de ferro contra os palestinos, e com ele ou sem ele, nada será pior do que o ocorrido nos últimos cinco anos", em referência à repressão israelense da Intifada de al-Aqsa. Além disso, um dirigente da Jihad Islâmica, Anuar Abu Taha, disse que "o povo palestino nunca lamentará a doença de Sharon", e acrescentou que o primeiro-ministro israelense "tem que ir para o inferno pois cometeu sangrentos massacres contra o povo palestino", em alusão aos trágicos incidentes de Sabra e Chatila, em 1982.




Fonte: Terra

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