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Internacional
Sexta - 06 de Janeiro de 2006 às 08:12

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O Governo dos EUA louvou hoje a figura do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon - que se encontra entre a vida e a morte-, e teme as conseqüências que a situação possa ter no processo de paz no Oriente Médio. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, recebe atualizações constantes sobre o estado de saúde de um de seus principais parceiros e amigo pessoal no terreno da política internacional.

"É um bom homem, um homem forte, profundamente preocupado com a segurança do povo israelense e um homem com uma visão de paz", disse Bush na sede do Departamento de Estado.

O primeiro-ministro israelense, que sofreu uma grave hemorragia cerebral, está sedado e respira com ajuda de aparelhos após ter sido submetido a uma cirurgia de urgência.

A Casa Branca informou que Bush falou hoje com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, com quem examinou o estado de saúde de Sharon e a situação no Oriente Médio.

Até o momento, Washington se desfez em elogios sobre Sharon, mas se mostrou cauteloso em relação ao futuro no Oriente Médio.

A secretária de Estado, Condoleezza Rice, assegurou hoje que os EUA concentram suas "orações e pensamentos" na esperança de que o líder israelense "se recupere".

Em um café da manhã com correspondentes estrangeiros no Departamento de Estado, Rice expressou sua confiança em que o derrame cerebral sofrido ontem por Sharon não afete o frágil processo de paz entre israelenses e palestinos.

"Acho que o desejo de paz, o desejo de uma relação estável entre Israel e os palestinos é muito profundo na sociedade israelense", declarou Rice.

A secretária de Estado se referiu ao primeiro-ministro israelense como "uma figura gigantesca na política israelense, e também no Oriente Médio e no mundo inteiro".

A grande incógnita é se Sharon poderá se recuperar e em que condições e, nesse caso, quais serão as repercussões no frágil processo de paz entre israelenses e palestinos, em particular diante da proximidade das eleições nos dois lados.

Rice - que participou hoje, com Bush, de uma reunião na Casa Branca junto com secretários de Defesa da gestão atual e de administrações passadas para falar sobre terrorismo e a guerra no Iraque - expressou sua confiança em que, apesar da doença de Sharon, o processo de paz irá adiante.

A secretária de Estado também fez um pedido aos palestinos para que mantenham a data de suas eleições no próximo dia 25.

"As eleições tem que ser realizadas nas datas nas quais estão previstas porque as pessoas tem uma série de expectativas sobre o processo democrático", declarou.

Mesmo com as boas palavras da secretária de Estado, em Washington a preocupação com estado de saúde de Sharon em um momento delicado do processo de paz é palpável.

Segundo declarou hoje Lawrence Eagleburger, ex-secretário de Estado durante o mandato de George Bush pai, a doença do primeiro-ministro "não poderia ter acontecido em um momento pior.

Deixa em dúvida tudo aquilo que Sharon estava tentando fazer".

Entre tantas dúvidas, se destaca a relacionada à situação em Gaza, onde a violência cresceu gradualmente nos últimos meses após a retirada israelense da faixa em setembro.

Bush tinha louvado o plano de retirada, elaborado por Sharon, como um "passo adiante" para a implementação do acordo de paz internacional conhecido como "Mapa de Caminho".

O presidente americano tinha assegurado, após a morte do presidente palestino Yasser Arafat em novembro de 2004, que tinha sido aberta "uma oportunidade para a paz", e havia expressado seu compromisso com o processo entre israelenses e palestinos. No entanto, desde então seu envolvimento pessoal foi muito reduzido.

Mesmo que Sharon não possa retomar suas funções como primeiro-ministro, o que parece provável, Bush poderia continuar concentrando todas as suas energias no conflito iraquiano, hoje o assunto que mais preocupa os americanos no que se refere à política externa.

Bush e Sharon mantinham uma intensa relação, especialmente depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Os laços da Casa Branca com outros dirigentes israelenses são muito menos intensos.





Fonte: Terra

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