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Economia
Quinta - 05 de Janeiro de 2006 às 11:30

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Rio de Janeiro - O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de dezembro de 2005 subiu 0,07%, ante aumento de 0,33% em novembro. A informação foi divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado anunciado hoje ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pela Agência Estado, que esperavam um resultado entre variação zero (0%) a alta de 0,17%, e igual à média das expectativas (0,07%). Com o resultado de dezembro, o IGP-DI fechou o ano de 2005 com alta de 1,22% - sendo que, em 2004, o indicador subiu 12,14%. O IGP-DI de 2005 foi o menor resultado na história do indicador, que começou a ser apurado na década de 40.

Em divulgações anteriores do indicador, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) havia informado que a menor taxa anual do IGP-DI era a de 1998, quando o índice subiu 1,70%. Como a taxa de 2005 se posicionou abaixo desse patamar, o IGP-DI do ano passado ocupa, agora, a posição de menor taxa anual da história do índice.

O desempenho desse indicador, anunciado hoje pela FGV, fecha o ciclo de resultados anuais de 2005 dos três principais indicadores calculados pela fundação: o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M); o Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) e o IGP-DI. Assim como o IGP-DI, o IGP-M e o IGP-10 também encerraram 2005 com as menores taxas de suas histórias - que começaram a ser apuradas, respectivamente, em 1989 e em 1993 -, com aumentos respectivos de 1,21% e de 1,47%.

Porém, o IGP-DI é o mais antigo dos indicadores da FGV. Mas o índice mudou muito desde a década de 40 até hoje. Segundo a FGV, de 1944 até 1949, o índice geral de preços era calculado como média do índice de preços por atacado e índice de custo de vida no Rio de Janeiro. Somente a partir de 1950 passou a contar com os resultados do custo da construção no Rio de Janeiro. A abrangência com os resultados de preços de outras capitais foi se dando paulatinamente, e denominação do indicador para o nome de IGP-DI surgiu apenas em novembro de 1969.

Três indicadores A FGV anunciou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI de dezembro. O Índice de Preços por Atacado - Disponibilidade Interna (IPA-DI), que representa 60% do total do IGP-DI, teve queda de 0,14% ante elevação de 0,24% em novembro. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna (IPC-DI), com participação de 30% no total do IGP-DI, registrou aumento de 0,46% ante elevação de 0,57% em novembro. Já o Índice Nacional do Custo da Construção - Disponibilidade Interna (INCC-DI), que representa 10% do total do IGP-DI, subiu 0,37% em dezembro, ante aumento de 0,28% em novembro.

Produtos agrícolas Os preços dos produtos agrícolas no atacado subiram 0,61% em dezembro, no âmbito do IGP-DI. Em novembro, os preços dos produtos agrícolas subiram 0,62% no atacado. A FGV informou ainda que, no âmbito do indicador, os preços dos produtos industriais no atacado registraram queda de 0,37% em dezembro, ante aumento de 0,13% apurada em novembro.

Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram alta de 1,10% ante aumento de 0,88% em novembro. Por sua vez, os preços dos bens intermediários caíram 0,91% em dezembro ante queda de 0,21% em novembro. Já os preços das matérias-primas brutas tiveram deflação de 0,30% em dezembro ante elevação de 0,29% em dezembro.

O núcleo do IPC-DI de dezembro registrou alta de 0,36%, ante aumento de 0,31% apurado no núcleo anterior, de novembro. O IPC-DI representa 30% do total do IGP-DI. Segundo a FGV, o núcleo do IPC-DI fechou o ano de 2005 com alta de 5,07%. Em 2004, o núcleo do IPC-DI fechou o ano com aumento superior, de 5,40%. O núcleo é calculado excluindo as principais altas e as mais expressivas quedas de preços da inflação do varejo. De acordo com a FGV, para o cálculo do núcleo de dezembro, foram excluídos 48 dos 87 itens componentes do IPC. Desse grupo de 48 itens, 22 registraram variações acima de 0,80%, e 26 registraram taxas abaixo de -0,05%.

Atacado O IPA-DI fechou o ano de 2005 com queda de 0,97%. O índice representa 30% do total do IGP-DI. Em 2004, o IPA-DI não fechou em queda, pelo contrário: o indicador do atacado encerrou aquele ano com alta de 14,67%. No atacado, os preços dos produtos agrícolas encerraram o ano com queda de 6,34% em 2005 - sendo que, em 2004, os preços dos produtos agrícolas subiram 2,65% naquele ano. Já os preços dos produtos industriais subiram 0,85% em 2005, ante aumento de 19,50% em 2004.

Dentro do IPA-EP, os preços dos bens finais encerraram o ano com aumento de 3,14% em 2005, ante elevação de 11,70% em 2004. Por sua vez, os preços dos bens intermediários subiram 0,19% em 2005, ante aumento de 25,84% em 2004. Já os preços das matérias-primas brutas encerraram o ano passado com queda de preços de 8,23%, ante aumento de 1,33% em 2004.

Ao comentar sobre o resultado da inflação no atacado, em dezembro de 2005, a FGV esclarece que, por produtos, as altas de preços mais expressivas no último mês do ano passado foram registradas em ovos (8,69%); trigo (13,28%); e arroz em casca (10,20%). Já as mais expressivas quedas de preço no atacado, em dezembro, foram apuradas em óleos combustíveis (-10,70%); bovinos (-3,96%) e aves (-5,50%).

Varejo No varejo, o IPC-DI encerrou o ano de 2005 com alta de 4,93%. Em 2004, o IPC fechou o ano com alta de 6,27%. O índice representa 30% do total do IGP-DI. Segundo a FGV, a desaceleração de preços no IPC-DI, de novembro para dezembro (de 0,57% para 0,46%) foi originada da elevação mais fraca de preços no grupo Alimentação, no mesmo período (de 1,42% para 0,75%).

Dos sete grupos que compõem o indicador, quatro registraram desaceleração de preços, de novembro para dezembro. Além de Alimentação, é o caso de Habitação (de 0,24% para 0,21%); Vestuário (de 0,84% para 0,76%); e Despesas Diversas (de -0,25% para -0,26%). Os outros grupos registraram aceleração de preços, como Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,17% para 0,27%); Educação, Leitura e Recreação (de 0,30% para 0,78%); e Transportes (0,32% para 0,60%).

Por produtos, as altas de preços mais expressivas, em dezembro no varejo, foram registradas em batata-inglesa (26,98%); cenoura (26,49%); e plano e seguro saúde (0,93%).

Já as mais expressivas quedas de preço foram registradas em manga (-14,18%); leite tipo longa vida (-1,78%) e bacalhau (-7,67%).

Por fim, no âmbito do INCC-DI, houve recuo de preços no setor de materiais e serviços (de 0,32% para 0,20%) e aumento nos preços de mão-de-obra (de 0,24% para 0,57%), de novembro para dezembro.




Fonte: Agência Estado

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