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Polícia Brasil
Quinta - 05 de Janeiro de 2006 às 06:28

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A polícia de Minas Gerais está em busca de Luiz Antônio Maria, 40, acusado de espacar sua mãe, a dona-de-casa Liduina Terezinha Zanetini, 75 anos. Ela foi internada nesta terça-feira no Hospital Odilon Behrens, com traumatismo abdominal, toráxico e craniano, graças à denúncia de uma vizinha, que preferiu não se identificar.

O sargento Sandro Gonçalves, que acompanhou o atendimento a Liduina, disse que o motivo da agressão teria sido a bebida. "Ela só foi atendida por causa do telefonema da vizinha, porque se recusa a denunciar o filho. Tivemos a informação de que já foi espancada outras vezes". Segundo ele, a dona de casa teria sido agredida durante o final de semana e na segunda-feira.

A P.C.A, filha da vizinha que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a polícia, confirma.

"A gente sempre ouve os gritos daqui de casa, mas minha mãe pensava que era briga de marido e mulher e por isso não se intrometia. Mas hoje nós ouvimos os gritos de socorro de dona Liduina, que estava caída no quintal da casa, toda machucada", disse P.C.A.

A idosa mora com o filho e a mulher dele, na rua Amanda, bairro Betânia. Segundo a vizinha, a nora, que é diarista, saiu para trabalhar cedo ontem e deixou a sogra sem socorro e trancada em casa. P.C.A. disse ainda que já viu Luiz Antônio Maria chegar bêbado em casa várias vezes.

O Hospital Odilon Behrens informou, no final da tarde de terça-feira, que o estado da vitima permanece estável, sem risco de morte.

Segundo o sargento Gonçalves, dona Liduina correrá risco de vida se continuar morando com o filho. Após receber alta, ela deverá ser encaminhada para um asilo especializado e receber atendimento psicológico. O caso está sendo acompanhado pela Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso.

Os casos de violência contra idosos têm crescido de forma expressiva na região metropolitana de Belo Horizonte. Entre 2002 e 2004, o aumento chega a 363% e, no ano passado continuou crescendo - cerca de 20%.

A detetive da Polícia Civil de Minas, Patrícia Luiza Costa, estuda o problema há vários anos e fez um estudo sobre o perfil da violência contra o idoso. Segundo ela, os filhos (45,3%) são os que mais agridem, seguidos pelo companheiro (15,4%) e os vizinhos (12,2%).

"A violência doméstica é mais preocupante e difícil de ser controlada, pois se relaciona a vínculos afetivos e de convivência diária", diz Patrícia. É o caso de dona Liduina, que se nega a denunciar o filho. Em 69,63% dos casos registrados pela pesquisa, o autor e a vítima moram no mesmo domicílio.




Fonte: Hoje em Dia

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