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Agronegócios
Quarta - 04 de Janeiro de 2006 às 10:40

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O fim de ano medíocre, nunca visto em período de Festas, indica que a avicultura brasileira – tanto a de corte quanto a de postura – necessita de uma correção de rumos. E o caminho é produzir o que o mercado pode consumir, não o que o setor deseja que se consuma. Seria tarefa fácil não fosse a atividade dispor, em 2006, de um potencial produtivo maior que o de anos anteriores. Quando estas linhas foram escritas, não se dispunha, ainda, dos números de alojamento de matrizes e comerciais de dezembro de 2005

Mas é certo que o setor de postura comercial disporá, neste ano, de uma capacidade produtiva entre 12% a 15% maior que a do ano passado, enquanto na área de corte esse incremento deve ficar entre 8% e 10%.

É verdade, no caso específico da avicultura de corte, que o índice de expansão apontado se refere às matrizes alojadas. Assim, um aumento nesse segmento não significa que a produção de carne de frango, último elo da cadeia produtiva, tenha, necessariamente, o mesmo nível de incremento. Mas como cada nova matriz alojada sempre significou não só mais ovos postos, mas, igualmente, mais ovos incubados e mais pintos nascidos e alojados, por decorrência haverá, também, um volume proporcionalmente maior de frangos produzidos. O que se quer dizer, em síntese, é que embora sejam produtos diferentes, matrizes de corte e pintos comerciais de postura acabam tendo, neste caso, o mesmo significado: antecipam o futuro nível de oferta dos produtos finais – frangos e ovos. E como aumentou significativamente o alojamento de matrizes e de pintos comerciais, já se pode antecipar o mesmo significativo aumento na oferta vindoura de carne de frango e de ovos.

O que fazer? Principalmente, abandonar o hábito, já enraizado, da muda forçada. Pois ele só é bom quando adotado em situações específicas de mercado – por exemplo, quando o valor de mercado do produto final compensa o custo de manutenção da ave por mais tempo; ou, ainda, quando há uma demanda inesperada pelo produto final (caso – agora um exemplo concreto – do aumento das exportações de carne de frango no primeiro semestre de 2001, quando faltaram matrizes para atender o novo volume de produção demandado e a muda se transformou em prática compulsória).

Infelizmente, porém, a avicultura brasileira faz dessa técnica um ato rotineiro. O que é péssimo, pois, inexistindo as condições comentadas, a muda só se justificaria se houvesse uma concomitante redução no alojamento de reprodutoras e/ou comerciais de postura, o que não ocorre. Assim, a combinação “muda forçada + expressivo incremento dos alojamentos” acaba ocasionando sérios acidentes de percurso. Como os observados com o frango no trimestre final do ano (apenas agravados pela greve dos fiscais federais agropecuários) ou com o ovo em várias ocasiões de 2005.

Dispor de capacidade instalada maior que a demanda de mercado é ideal para qualquer atividade econômica. Mas isso jamais significou que essa capacidade deva ser transformada em produto ou produtos – só se o mercado demandar. É algo que a avicultura brasileira precisa entender de uma vez por todas. E se, além de entender, colocar em prática esse novo preceito, irá, com certeza, fazer do corrente exercício um Feliz 2006




Fonte: Avesite

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