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Cidades/Geral
Terça - 20 de Dezembro de 2005 às 09:29
Por: ALINE CHAGAS

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O procurador Mario Lúcio Avelar e uma equipe da Polícia Federal vão até a aldeia Kururuzinho, no extremo norte de Mato Grosso, onde índios da etnia kayabi estão com 16 pessoas como reféns há cerca de uma semana. A decisão da PF foi tomada ontem e hoje uma equipe deve se reunir em Alta Floresta com representantes da Funai para criar uma logística de como chegar até a aldeia. O procurador Mário Lúcio Avelar avisou que provavelmente irá ainda hoje para lá.

“A Polícia Federal decidiu participar das negociações, mas iremos primeiro à Alta Floresta para definir como chegaremos até a aldeia, por ficar distante e ser de difícil acesso”, explicou o delegado Regional em exercício, José Carlos Calazane.

No último final de semana os kayabis soltaram 17 mulheres e crianças, após intensa negociação com a Funai. A presença de um delegado da Polícia Federal e do procurador Mário Lúcio Avelar são duas reivindicações dos kayabis para a libertação dos 16 reféns que ainda estão na aldeia. Também é solicitada a presença do presidente em exercício da Funai, Roberto Aurélio Lustosa Costa. Ainda há uma mulher entre os presos.

Segundo informações da Funai, os índios prenderam homens, mulheres e crianças que estavam dentro da área considerada pela Funai como Terra Indígena Kayabi. A Kururuzinho é uma das cinco aldeias dos Kayabis que estão na Terra Indígena. Lá há aproximadamente 200 índios, conforme informações da Funai.

Na semana passada, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informou que os índios só tomaram essa atitude por causa da lentidão da Justiça Federal em resolver a demarcação da área. Conforme o Cimi, o processo de demarcação parou há mais de um ano e as invasões e devastação dentro da Terra Indígena estão aumentando desde então.

O indigenista da Funai de Colíder, Luis Carlos da Silva Sampaio, disse que os índios alegam que o processo de demarcação está muito lento. A Terra Indígena Kayabi fica na divisa dos municípios de Apiacás e Paranaíta, em Mato Grosso, e Jacareacanga, no Pará.

Há três anos, 40 índios kayabis prenderam seis trabalhadores da fazenda Brascan, localizada no Vale do Xapuri, em Apiacás. Os índios reclamavam que as terras onde moravam estavam sendo invadidas com freqüência.





Fonte: Diario de Cuiabá

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