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Saúde
Quinta - 02 de Junho de 2005 às 11:40
Por: Evelyn Leopold

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Nunca houve tanto dinheiro no mundo, cerca de US$ 8 bilhões, para combater a aids, mas a pandemia (epidemia generalizada) está avançando mais rapidamente que as formas de controlá-la, especialmente entre mulheres e meninas, segundo um relatório preparado para um fórum da ONU hoje.

"A aids desencadeia uma série de eventos que ameaçam desestruturar sociedades inteiras", disse o secretário-geral Kofi Annan no relatório. "Enfim, a aids é um problema excepcional, que exige uma resposta excepcional."

Mais de 120 delegados, principalmente ministros e assessores, devem se pronunciar durante a reunião, que dura um dia. O objetivo é avaliar os progressos desde a sessão especial da Assembléia Geral sobre a Aids, em 2001.

O relatório cita o Brasil como tendo o programa de combate à aids mais bem-sucedido entre os países em desenvolvimento. Camboja e Tailândia tiveram progressos substanciais, enquanto vários países africanos e as Bahamas conseguiram reduzir o ritmo das novas infecções, de acordo com o texto entregue por Annan aos delegados.

Entretanto, só 12% das pessoas que precisam de tratamento o recebem. Programas efetivos de prevenção, exames e acompanhamento psicológico são exceção, e os medicamentos ainda custam muito, de acordo com o estudo.

E, apesar das iniciativas e do dinheiro, a epidemia não regride. Segundo Annan, os 4,9 milhões de casos e as 3,1 milhões de motes por Aids em 2004 são o maior nível da história.

Meninas e mulheres Algumas das piores previsões se confirmaram. Quase metade dos cerca de 39,4 milhões de soropositivos são mulheres e meninas, sejam elas casadas ou solteiras, promíscuas ou fiéis. "A tendência é que mais mulheres jovens sejam infectadas do que homens jovens", disse Thoraya Obeid, diretora do Fundo Populacional da ONU, em entrevista coletiva.

"Se elas são casadas, não podem se abster de relações sexuais. Elas são fiéis, mas os maridos não são", afirmou ela, defendendo mais informações para as mulheres, inclusive sobre o uso da camisinha feminina.

Homens e mulheres de 15 a 24 anos são as maiores vítimas da pandemia. Obeid apresentou uma pesquisa realizada junto a jovens de 12 países e a maioria disse que não tinha voz sobre os programas contra a aids em seus países.

O maior doador mundial para os programas de combate à aids é os Estados Unidos, que gastaram US$ 2,4 bilhões no ano passado. Mas grupos religiosos conservadores pressionam o governo a só incentivar programas que preguem a abstinência sexual, sem abordar grupos vulneráveis, como prostitutas, homossexuais e usuários de drogas.

A contribuição norte-americana inclui cerca de US$ 540 milhões para o Fundo Global para o Combate à Aids, Tuberculose e Malária. Isso representa um terço do orçamento do fundo, que é uma poderosa organização independente formada há quatro anos por governos, empresas e ONGs, por iniciativa de Annan.

O novo diretor de políticas e estratégias do grupo é Randall Tobias, que comanda o programa contra aids do governo Bush. Alguns funcionários temem que o fundo passe a adotar as posições norte-americanas, mas outros dizem que isso não ocorrerá.

Em todo o mundo, segundo o relatório, cerca de US$ 8 bilhões estarão disponíveis em 2005 para implementar programas em 135 países de baixo ou médio desenvolvimento econômico. Isso representa um importante aumento de 23 por cento sobre o ano anterior. Desse total, os países ricos contribuíram com US$ 6,7 bilhões, seis vezes mais do que o mundo gastou em 2001.





Fonte: Reuters

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