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"Não" francês mergulha socialistas em grave crise
A crise atingiu o dividido Partido Socialista (PS), cujo eleitorado rejeitou majoritariamente a Constituição européia, defendida pela direção.
Os números "um" e "dois" do Partido Socialista, François Hollande e Laurent Fabius, perdedor e vencedor, respectivamente, do plebiscito, personalizam a profunda ruptura socialista, que pode resultar antes do fim do ano em um Congresso extraordinário e inclusive em uma mudança de dirigentes.
"Continuarei sendo o primeiro secretário" do PS, afirmou nesta segunda-feira Hollande, considerado um dos grandes perdedores, junto ao presidente francês, Jacques Chirac, pelo brutal veredicto das urnas.
Hollande, que como Chirac vê este revés como um golpe nas suas aspirações para as eleições presidenciais de 2007, afirmou que os militantes socialistas terão a última palavra sobre a nova orientação do partido, assim como sobre sua cúpula diretora.
A data desse inevitável Congresso extraordinário deve sair da reunião do Conselho nacional do PS, que se reúne no próximo sábado para analisar o voto deste domingo e tirar conclusões.
"Temos algumas coisas para dizer uns para os outros", afirmou Hollande na rádio France Inter, ao ser interrogado por Fabius, que fez campanha pelo "não", na contracorrente do seu partido.
"Eu tenho um princípio: é preciso respeitar as regras", disse Hollande, que suou a camisa até o último minuto a favor do "sim" e a quem muitos em seu partido reprovam por sua falta de carisma.
"Será preciso que alguém guarde a velha casa", disse no domingo à noite um de seus próximos ao parafrasear a célebre frase de Léon Blum às vésperas da ruptura comunista de 1920.
Um comentário que dá uma idéia de até que ponto os ânimos estão dispersos, apesar dos pedidos para que a esquerda se una nas eleições presidenciais e legislativas em 2007, daqui a 22 meses.
Ao ganhar sua aposta de ir contra a postura oficial de seu partido, o "número dois" socialista vê legitimada a hipótese de sua candidatura ao Palácio do Eliseu em 2007, algo em que, segundo disse há algum tempo, pensa todas as manhãs enquanto se barbeia.
Seu principal desafio será enfrentar a ira dos seus colegas de partido favoráveis ao "sim" à Constituição, que o consideram um "traidor" e um "oportunista", e tentar remar a favor da unidade no PS, porque, sem um projeto e um partido por trás, é complicado ter garantias de sucesso na corrida presidencial.
Outro desafio para este ex-primeiro-ministro, que trocou seu traje de liberal pelo de defensor de uma Europa "social", será a união da esquerda contestadora.
Fabius, que neste domingo viveu seu dia de glória e que há dois anos despertou as ironias de alguns colegas com seu livro "Ca commence par une ballade", em que conta seus passeios de moto pela França, terá de batalhar também contra eventuais candidaturas de outros dissidentes, como Henri Emmanuelli, que neste domingo se apressou a pedir as primárias para designar o candidato do PS ao Palácio do Eliseu.
Também divididos, os Verdes, quase invisíveis durante a campanha, foram muito prejudicados com o resultado do plebiscito.
Na esquerda, só os comunistas, liderados por Marie-George Buffet, saem vitoriosos e tiram proveito de sua unidade. Um triunfo que chega após três anos de declínio eleitoral e que já faz Buffet sonhar com "uma grande união popular que lembre os grandes momentos da Frente Popular ou maio de 68".
O problema é que esta união sem os socialistas não tem possibilidades de chegar ao poder. Outra dificuldade é que sua concretização resulte utópica, pois, embora juntos contra a Constituição, extrema esquerda e grupos antiglobalização estão em lados opostos em numerosas questões, e são difíceis de encaixar nos postulados comunistas e, mais ainda, nos socialistas.
Os números "um" e "dois" do Partido Socialista, François Hollande e Laurent Fabius, perdedor e vencedor, respectivamente, do plebiscito, personalizam a profunda ruptura socialista, que pode resultar antes do fim do ano em um Congresso extraordinário e inclusive em uma mudança de dirigentes.
"Continuarei sendo o primeiro secretário" do PS, afirmou nesta segunda-feira Hollande, considerado um dos grandes perdedores, junto ao presidente francês, Jacques Chirac, pelo brutal veredicto das urnas.
Hollande, que como Chirac vê este revés como um golpe nas suas aspirações para as eleições presidenciais de 2007, afirmou que os militantes socialistas terão a última palavra sobre a nova orientação do partido, assim como sobre sua cúpula diretora.
A data desse inevitável Congresso extraordinário deve sair da reunião do Conselho nacional do PS, que se reúne no próximo sábado para analisar o voto deste domingo e tirar conclusões.
"Temos algumas coisas para dizer uns para os outros", afirmou Hollande na rádio France Inter, ao ser interrogado por Fabius, que fez campanha pelo "não", na contracorrente do seu partido.
"Eu tenho um princípio: é preciso respeitar as regras", disse Hollande, que suou a camisa até o último minuto a favor do "sim" e a quem muitos em seu partido reprovam por sua falta de carisma.
"Será preciso que alguém guarde a velha casa", disse no domingo à noite um de seus próximos ao parafrasear a célebre frase de Léon Blum às vésperas da ruptura comunista de 1920.
Um comentário que dá uma idéia de até que ponto os ânimos estão dispersos, apesar dos pedidos para que a esquerda se una nas eleições presidenciais e legislativas em 2007, daqui a 22 meses.
Ao ganhar sua aposta de ir contra a postura oficial de seu partido, o "número dois" socialista vê legitimada a hipótese de sua candidatura ao Palácio do Eliseu em 2007, algo em que, segundo disse há algum tempo, pensa todas as manhãs enquanto se barbeia.
Seu principal desafio será enfrentar a ira dos seus colegas de partido favoráveis ao "sim" à Constituição, que o consideram um "traidor" e um "oportunista", e tentar remar a favor da unidade no PS, porque, sem um projeto e um partido por trás, é complicado ter garantias de sucesso na corrida presidencial.
Outro desafio para este ex-primeiro-ministro, que trocou seu traje de liberal pelo de defensor de uma Europa "social", será a união da esquerda contestadora.
Fabius, que neste domingo viveu seu dia de glória e que há dois anos despertou as ironias de alguns colegas com seu livro "Ca commence par une ballade", em que conta seus passeios de moto pela França, terá de batalhar também contra eventuais candidaturas de outros dissidentes, como Henri Emmanuelli, que neste domingo se apressou a pedir as primárias para designar o candidato do PS ao Palácio do Eliseu.
Também divididos, os Verdes, quase invisíveis durante a campanha, foram muito prejudicados com o resultado do plebiscito.
Na esquerda, só os comunistas, liderados por Marie-George Buffet, saem vitoriosos e tiram proveito de sua unidade. Um triunfo que chega após três anos de declínio eleitoral e que já faz Buffet sonhar com "uma grande união popular que lembre os grandes momentos da Frente Popular ou maio de 68".
O problema é que esta união sem os socialistas não tem possibilidades de chegar ao poder. Outra dificuldade é que sua concretização resulte utópica, pois, embora juntos contra a Constituição, extrema esquerda e grupos antiglobalização estão em lados opostos em numerosas questões, e são difíceis de encaixar nos postulados comunistas e, mais ainda, nos socialistas.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/337245/visualizar/

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