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Internacional
Segunda - 30 de Maio de 2005 às 13:00

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O "número dois socialista", Laurent Fabius, e o ultradireitista Jean-Marie Le Pen aparecem nesta segunda-feira como os grandes vencedores da rejeição francesa à Constituição européia, da qual tiram proveito outras figuras do heterogêneo grupo do "não": LAURENT FABIUS Ao ganhar sua aposta de ir contra a postura oficial de seu partido, o "número dois" socialista vê legitimada a hipótese de sua candidatura ao Palácio do Eliseu em 2007, algo em que, segundo disse há algum tempo, pensa todas as manhãs enquanto se barbeia.

Seu principal desafio será enfrentar a ira dos seus colegas de partido favoráveis ao "sim" à Constituição, que o consideram um "traidor" e um "oportunista", e tentar remar a favor da unidade no PS, porque, sem um projeto e um partido por trás, é complicado ter garantias de sucesso na corrida presidencial.

Outro desafio para este ex-primeiro-ministro, que trocou seu traje de liberal pelo de defensor de uma Europa "social", será a união da esquerda contestadora.

JEAN-MARIE LE PEN O velho líder da ultradireitista Frente Nacional (FN) está, pela primeira vez desde o surgimento do seu partido, do lado dos vencedores, e exultante ao ver a maioria dos franceses dar um duro golpe no processo de construção da União Européia (UE), um dos projetos a que mais se opõe.

Esta vitória permite a Le Pen contemplar com ânimos renovados uma nova candidatura ao Palácio do Eliseu e atacar seu adversário na última batalha presidencial de 2002, Jacques Chirac, cuja renúncia já exigiu neste domingo à noite.

PHILIPPE DE VILLIERS O presidente do soberanista Movimento pela França (MPF), que está à direita dos conservadores, é outro dos que pediram a renúncia de Chirac ou a dissolução do Parlamento.

Villiers foi um dos primeiros a sair em campanha eleitoral contra o Tratado constitucional e não teve nenhum empecilho em chegar inclusive a mentir em sua irônica e ativa ação contra o texto.

O presidente da MPF ocupou habilmente um amplo espaço da direita, o que também o estimula em suas aspirações presidencialistas.

MARIE-GEORGES BUFFET Após anos de declive eleitoral do Partido Comunista Francês (PCF), único partido de esquerda que manteve uma postura unitária em relação ao plebiscito, sua secretária nacional se delicia com esta vitória, que a faz sonhar com "uma grande união popular que lembre os grandes momentos da Frente Popular ou maio de 68".

O problema é que este desejo parece difícil de ser concretizado junto aos díspares da extrema esquerda da Força Operária, do Partido dos Trabalhadores ou da Liga Comunista Revolucionária, assim como com os antiglobalização, que, embora unidos na luta contra a "Europa liberal", estão em lados opostos em várias questões.





Fonte: EFE

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