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Internacional
Segunda - 30 de Maio de 2005 às 11:33

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Pelo menos 25 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas em um duplo atentado suicida cometido nesta segunda-feira em Hila, cidade de maioria xiita ao sul de Bagdá.

A cidade é uma das mais atingidas pelo terrorismo no Iraque, e há três meses foi palco do ataque mais sangrento desde a queda do regime de Saddam Hussein.

Nesta segunda-feira, dois kamikazes com o corpo repleto de explosivos atentaram contra o mesmo alvo da época: recrutas e agentes das novas forças iraquianas.

Segundo o relato de testemunhas, os atentados ocorreram com um intervalo de cinco minutos, em dois pontos afastados da cidade, numa tentativa de duplicar o caos que toda ação terrorista provoca.

O primeiro dos terroristas detonou sua carga mortal em frente a uma clínica, onde dezenas de candidatos a policial faziam fila à espera de executar o trâmite do reconhecimento médico.

Nesse local, as ambulâncias removeram 13 corpos e mais de cinqüenta feridos, alguns dos quais foram transferidos a outros hospitais em estado muito grave, por isso os médicos não descartam que o número de mortos possa aumentar nas próximas horas.

Cinco minutos depois, um segundo suicida, também carregando um cinto de explosivos, explodiu a carga no meio de uma manifestação de policiais que exigiam um aumento de seus salários. Doze dos manifestantes morreram, e mais de cinqüenta pessoas ficaram feridas na explosão.

O ataque desta segunda-feira é o atentado mais sangrento ocorrido em Hila, capital da província xiita de Babel, desde que o novo governo assumiu o poder em abril.

No dia 28 de fevereiro, mais de 120 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas também em Hila quando um suposto terrorista jordaniano detonou um carro-bomba em circunstâncias parecidas.

A ação terrorista coincidiu nesta segunda-feira com o segundo dia da campanha lançada pelo recém-formado Executivo para acabar com a violência em Bagdá. Esta campanha está sendo considerada a mais ambiciosa desde que o país mergulhou no caos após a queda do ditador Saddam Hussein.

Milhares de policiais continuaram as operações e as capturas na capital, onde mais de quinhentas pessoas já foram presas e milhares de armas, explosivos e outros tipos de munição foram apreendidos.

Mas a prisão mais relevante do dia foi realizada por soldados americanos, que prenderam Mohsen Abdel Hamid, líder do Partido Islâmico do Iraque e uma das principais figuras políticas sunitas do país.

Junto a Abdel Hamid, três de seus filhos e oito guarda-costas também foram presos, explicou Iyad al Sameraei, membro do escritório político do grupo. Segundo sua versão, a prisão aconteceu no começo da manhã quando o político sunita estava em sua casa no bairro de Al Jadra, no oeste de Bagdá.

Mohsen Abdel Hamid foi um dos 25 membros do conselho de governo criado pelos Estados Unidos após a queda de Saddam Hussein.

Seu partido fez parte, depois, do primeiro governo de transição adotado por Washington e que até as eleições do dia 30 de janeiro foi dirigido pelo político xiita Iyad Allawi.

Considerada uma organização sob a qual se ampara a ideologia radical dos Irmãos Muçulmanos, o Partido Islâmico fez parte do boicote eleitoral dos grupos sunitas em janeiro.

Meses antes, o partido tinha se retirado do gabinete de Allawi ao não ter sua proposta de adiamento das eleições atendida.

Neste mês, o partido participou em Bagdá de um congresso pan-sunita do qual surgiu a chamada "Aliança Unida Sunita", grupo com o qual esta comunidade muçulmana, que representa 20% da população, pretende resistir à preponderância do novo governo xiita.





Fonte: EFE

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