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Nacional
Quinta - 19 de Maio de 2005 às 09:33
Por: Cida Fontes

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Brasília - O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), terá de se desdobrar para contornar a crise política agravada ontem, com a rejeição do nome do jurista Alexandre Moraes para o Conselho Nacional de Justiça, e restabelecer o clima de entendimento na Casa. A oposição acusou Mercadante de ter rompido o acordo político, o que em política é imperdoável, e ter pedido a senadores que votassem contra o indicado da Câmara e ex-secretário de Justiça de São Paulo. O petista, segundo os senadores do PSDB e PFL, teria, nessa estratégia, contado com a ajuda do líder do PMDB, senador Ney Suassuna(PB).

A derrota de Alexandre Moraes revoltou a oposição que promete agora paralisar os trabalhos da Casa enquanto não se encontra uma solução para o problema. "A situação já estava ruim e agora vem essa bomba para explodir qualquer tipo de articulação", reagiu o senador Tasso Jereissati (PSDB-SP), que não se conteve e chamou Mercadante de "falso" gritando no plenário. Para o PSDB, Mercadante não honrou o acordo feito em torno do nome de Alexandre assumindo um gesto de retaliação política.

Além de enfraquecer o governador Geraldo Alckmin, vetando o nome de um ex-auxiliar do tucano para o Conselho Nacional de Justiça, o líder governista deu uma resposta à oposição que, na segunda-feira, chegou ao Senado já pedindo uma CPI para apurar as denúncias de cobrança de propina nos Correios. O PT fez na terça-feira uma reunião e concluiu que o objetivo do PSDB e PFL era atingir o governo, uma vez que a CPI vai investigar também outras estatais, o que teria ficado claro na justificativa do requerimento entregue ontem à Mesa do Congresso.

Mas o clima político está tão desfavorável ao entendimento e ao governo que alguns senadores do PT estão ameaçando assinar o requerimento e hoje devem tomar uma posição. A crise no Senado deve se estender à Câmara, já que a manobra atingiu o candidato dos deputados ao Conselho Nacional de Justiça. A ação de Mercadante, que desencadeou nova crise, aconteceu justamente no dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou as conversas com a sua base aliada recebendo, em seu gabinete para um café da manhã, os líderes dos partidos governistas e também os de oposição.

Segundo parlamentares ligados ao governo, ainda hoje continua a tentativa do Planalto de retirar assinaturas do requerimento da CPI, uma estratégia delicada já que 46 senadores e 222 deputados, ou seja, 19 senadores e 51 deputados além do número exigido pelo regimento, já assinaram. As assinaturas podem ser retiradas até a publicação do requerimento no Diário Oficial. A publicação é feita depois da leitura do pedido na sessão do Congresso Nacional, que deverá ocorrer na próxima quarta-feira.





Fonte: Agência Estado

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