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Internacional
Quarta - 04 de Maio de 2005 às 10:55

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A Alemanha, país que deflagrou a II Guerra Mundial, lembra o sexagésimo aniversário da queda do Terceiro Reich com uma maratona de exposições e comemorações que terminarão no dia do aniversário da rendição diante do Portão de Brandeburgo. O presidente alemão, Horst Köhler, lembrará no domingo, dia 8, a libertação do regime nazista e o fim de uma guerra que causou 50 milhões de mortos no Reichstag (sede do Parlamento), o mesmo edifício em que Adolf Hitler foi eleito chanceler, em 1933.

Seu discurso aos membros das duas câmaras (Bundesrat e Bundestag) será transmitido ao emblemático Portal de Brandeburgo, que estará "tomado" por uma concentração convocada por partidos políticos, sindicatos e organizações cívicas.

A coalizão de forças democráticas pediu esta convocação em resposta ao propósito do ultradireitista Partido Nacional Democrático de desfilar neste dia por este mesmo lugar, próximo do solar onde dois dias depois será inaugurado um monumento em homenagem aos seis milhões de judeus de toda a Europa assassinados pelos nazistas.

Vinte anos atrás, também em um 8 de maio, o então presidente Richard von Weizsaecker causou polêmica ao falar de uma "libertação para a Alemanha". Mas a Alemanha de hoje aceitou este termo para lembrar a entrada do Exército Vermelho em Berlim, apesar da destruição da capital do Reich pelos bombardeios e da morte de civis durante a libertação.

Na véspera do aniversário do dia 8 de maio, organizações antibelicistas e eclesiásticas convocaram uma "cadeia de luzes" contra todas as guerras, contra a extrema direita e o racismo, e esperam o apoio de 25 mil pessoas ao longo de 33 quilômetros.

Nessa mesma noite, será projetado junto ao monumento ao Exército Vermelho o documentário "Berlim", filmado por cinegrafistas soviéticos durante a queda de Berlim, e uma comitiva de automóveis percorrerá as ruas da cidade levando a bandeira vermelha da foice e do martelo.

O dia do aniversário da rendição começará com um ofício ecumênico, em que as duas grandes igrejas, a católica e a evangélica, lembrarão todas as vítimas da II Guerra Mundial. Ou seja, não só as vítimas do nazismo.

O ato institucional de Köhler, a concentração em frente ao Portal de Brandeburgo e, provavelmente, o desfile que o Partido Nacional Democrático pretende fazer em outro ponto do centro de Berlim, chamarão a atenção no aniversário da queda do Terceiro Reich. Mas a lembrança do dia 8 de maio de 1945 vai muito além das comemorações desse dia.

Desde 27 janeiro, com o 60º aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz (na Polônia), foram realizadas comemorações semelhantes nos outros campos de concentração com que o regime nazista semeou o território do Terceiro Reich.

Sachsenhausen, Ravensbrück, Bergen-Belsen e Dachau foram os nomes mais destacados destes "lugares do horror", cuja libertação pelas forças aliadas foi lembrada nas últimas semanas.

Os museus de Berlim receberam exposições para evocar tanto o horror do Holocausto quanto o denominado "Ano Zero" alemão, 1945.

Mais de 300 atos, só em Berlim, fazem parte do amplo programa idealizado para a ocasião.

A maior destas exposições, sob o título "1945: a guerra e suas conseqüências", estará aberta à visitação até o final de agosto no Museu de História da avenida Unter den Confinem. Outra mostra, no Museu dos Aliados, apresenta fotografias particulares tiradas por soldados americanos, franceses e britânicos em Berlim.

O objetivo dos museus de Berlim é mostrar todas as facetas possíveis do fim da II Guerra. Tanto a libertação como a situação em que ficou a capital do Reich; tanto a homenagem às vítimas do Holocausto como o trabalho das heroínas da reconstrução: as "Trümmerfrauen" (as "mulheres das ruínas"), que escavaram as montanhas de escombros para recuperar até o último ladrilho que ficou inteiro após os bombardeios.





Fonte: EFE

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