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Internacional
Quarta - 04 de Maio de 2005 às 10:40
Por: Tahir Ikram

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O primeiro-ministro do Paquistão quer a ajuda de acadêmicos islâmicos para ganhar apoio público para o uso de métodos de controle populacional no país, que é profundamente conservador. Radicais muçulmanos se opõem à prática.

Shaukat Aziz fez o apelo na quarta-feira, durante uma conferência internacional de acadêmicos muçulmanos sobre questões populacionais, em Islamabad.

Aziz disse que há muçulmanos que consideram que o Islã não permite a contracepção, enquanto outros discordam.

"Queremos clarear nossos pensamentos e queremos conhecer o caminho correto", afirmou ele. "Entendemos que os ulemás (acadêmicos religiosos) de postura e reputação podem desempenhar um papel central em nos guiar nesse assunto."

Anticoncepcionais e preservativos são amplamente disponíveis no Paquistão, cuja população de 155 milhões se amplia à taxa de 1,9 por cento ao ano. O Paquistão é o sexto país mais populoso do mundo.

O governo também oferece programas de esterilização, mas seu sucesso é limitado por causa da forte oposição de clérigos conservadores, especialmente em áreas rurais.

Os muçulmanos conservadores dizem que o Islã proíbe o controle da natalidade. Eles também dizem que uma população maior significa uma comunidade muçulmana mais forte no mundo.

Muçulmanos liberais argumentam que não é o tamanho da população que lhe dá força, e sim a boa educação, o acesso à saúde e uma economia robusta.

Explosões populacionais e escassez de recursos representam um grave desafio para muitos países islâmicos, inclusive o Paquistão.

Aziz disse que a conferência deverá apontar caminhos para que o governo fortaleça os programas de controle populacional.

"Devemos lembrar que nada pode ser sustentado sem estabilidade econômica e uma população de tamanho gerenciável. Percebemos que o futuro tamanho da população, a infra-estrutura e o crescimento têm impacto direto sobre nosso ritmo de desenvolvimento."





Fonte: Reuters

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