Ataques de rebeldes deixam pelo menos 14 mortos no Iraque

Bagdá - Ataques de rebeldes deixaram neste domingo um saldo de 14 mortos, entre eles duas crianças, e cerca de 15 feridos, informaram porta-vozes do Ministério do Interior. Segundo as fontes, cinco policiais morreram quando um grupo de 30 homens armados atacou um posto de controle na área de Nahrauan, no sudeste de Bagdá, pouco antes de cinco civis terem morrido em um atentado suicida na mesma região. O grupo do foragido jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, chefe da Al Qaeda no Iraque, reivindicou a autoria do primeiro dos ataques em uma mensagem publicada num site. O grupo de Al-Zarqawi, a Organização da Al Qaeda para a Guerra Santa na Mesopotâmia, já tinha reivindicado a série de ataques em Bagdá e em outros lugares do país que na sexta-feira matou cerca de dez pessoas.

Segundo as fontes, um menino de 5 anos está entre os cinco mortos pelo carro-bomba que um suicida detonou hoje pouco depois do ataque contra o posto de controle policial. Este segundo ataque aconteceu durante a passagem de um comboio militar iraquiano-americano. Porta-vozes do Ministério do Interior também deram conta do assassinato de três pessoas em Bagdá, entre elas um alto funcionário do serviço de saneamento do bairro de Al Mansur, no oeste da capital iraquiana.

Em outra ação dos rebeldes, a explosão de um carro-bomba na entrada do bairro Al Yamia, no oeste de Bagdá, durante a passagem de uma patrulha militar americana, matou uma outra criança e feriu sete pessoas, afirmaram fontes da polícia. Os novos ataques coincidem com uma nova operação de segurança levada a cabo por forças de elite iraquianas na cidade de Madain, um dos redutos rebeldes mais pertos da capital.

As fontes indicaram que, numa operação ocorrida ontem na cidade, as forças iraquianas encontraram a bolsa da britânica Margareth Hassan, trabalhadora humanitária seqüestrada no ano passado por um grupo insurgente. Embora as autoridades iraquianas e britânicas dêem Hassan como morta, o corpo dela ainda não foi localizado.

Clima de violência

A intensificação da campanha de violência se insere nos esforços dos rebeldes para a dificultar a implementação da nova administração iraquiana após a tomada de posse do governo eleito, liderado pelo xiita Ibrahim al-Jaafari, acusador de ser cúmplice dos Estados Unidos. Um suposto porta-voz da Al Qaeda advertiu ontem em um vídeo exibido por televisões árabes que a organização está preparada para lançar ataques contra a Casa Branca em Washington e a sede do Vaticano em Roma.

O suposto porta-voz, identificado como Abu Abdelrahman Al Iraqi, afirmou que só aguarda "instruções de al-Zarqawi" para perpetrar os ataques. O vídeo foi divulgado um dia depois que uma voz atribuída ao próprio Al-Zarqawi pediu sexta-feira aos rebeldes, em uma gravação na internet, que dobrassem os ataques contra as forças americanas no Iraque.