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Agronegócios
Quarta - 27 de Abril de 2005 às 15:52

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Ao destacar que, nos últimos dez anos, o agronegócio tem sido o maior estimulador da economia brasileira, o senador Jonas Pinheiro (PFL/MT) fez um alerta sobre as dificuldades enfrentadas, atualmente, por aquele setor. Durante seu pronunciamento, proferido nesta segunda-feira, 25, no Plenário do Senado Federal, o parlamentar citou a queda do dólar, o aumento dos juros, a seca e os problemas com a ferrugem como as principais causas do prejuízo do setor. Ele pediu uma atenção especial do governo para o agronegócio, sob pena de haver sido em vão todo o esforço aplicado, nos últimos anos, na construção desse setor.

O senador Jonas mencionou, como exemplo, o que ocorreu no Agrishow Cerrado, feira agropecuária realizada de 19 a 23 deste mês, em Rondonópolis/MT, que obteve resultados aquém das expectativas, quando foram comercializados apenas R$ 250 milhões contra R$ 1,3 bilhão no ano passado. ”Para se ter uma idéia, no ano passado, foram vendidas 80 colheitadeiras; este ano, menos de dez foram comercializadas”, declarou.

De acordo com o senador Jonas Pinheiro, o Governo Federal está enganado em querer argumentar que é por causa da exportação que o Brasil está indo bem, e que ela seria o termômetro da saúde econômica do Brasil. “As indústrias produzem e exportam com prejuízos enormes para não fecharem as portas, na esperança de uma recuperação no próximo ano”, frisou.

Para Jonas o aumento dos custos de produção e a queda do dólar são dois dos fatores responsáveis pelo prejuízo no setor. A safra, que ainda está sendo colhida, foi produzida com insumos, máquinas e equipamentos comprados com o dólar cotado a R$ 3,20, e está sendo comercializada com o dólar entre R$ 2,50 e R$ 2,80.

O senador Jonas disse ainda que o constante aumento dos juros, a alta incidência da ferrugem na soja e a seca que atingiu tanto o Sul como o Centro-Oeste do País, provocaram uma queda vertiginosa na produtividade. “Em áreas onde, normalmente, se produzem 50 a 60 sacos de soja por hectare, foram produzidos, neste ano, de 30 a 35 sacos”, ressaltou.

O parlamentar mato-grossense lembrou também que, em 1995, em função dos planos econômicos, inclusive do Plano Real, o agronegócio chegou ao fundo do poço. “Naquela época, o produtor brasileiro era considerado caloteiro e mau pagador. Porém, com muito esforço, conseguimos negociar a dívida desses produtores, por intermédio do processo de securitização, do Pesa, do Pronaf, do Procera, do Funcafé, da recuperação das cooperativas e dos fundos constitucionais - FNE, FNO, FCO. Essa situação de renegociação da dívida é que incorporou novamente o agronegócio ao processo de crescimento deste País”, destacou.

O senador Jonas disse que os produtores esperam um apoio do Governo, para que se forme uma espécie de ponte entre 2004 e 2006. “O produtor brasileiro é competitivo da porteira para dentro, e os problemas que ele enfrenta estão exatamente da porteira para fora”, declarou.





Fonte: Da Assessoria

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