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Nacional
Quarta - 27 de Abril de 2005 às 00:47
Por: Tânia Monteiro e João Domingos

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Brasília - Numa viagem de ida e volta a Caracas que durou menos de quinze horas - começou às 14 horas de segunda-feira e, no início da madrugada de terça, o ministro já estava de volta a Brasília -, José Dirceu tentou e não conseguiu convencer o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a rever o rompimento do acordo militar com os Estados Unidos, em vigor há 35 anos. Toda a correria de Dirceu teve por objetivo dar uma boa notícia à secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, com a qual teve um encontro fechado de 20 minutos, no início da noite desta terça-feira. A boa notícia, entretanto, não veio.

Dirceu seguiu para a Venezuela por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem mostrado preocupação com o comportamento agressivo de Chávez em relação aos Estados Unidos. De acordo com informação de auxiliares do presidente Lula, Dirceu falou da necessidade de evitar o confronto entre os países da região. A política de confrontação adotada por Chávez com os Estados Unidos é considerada um dos principais motivos de dor de cabeça do presidente George W. Bush na América Latina.

O porta-voz do Palácio do Planalto, André Singer, procurou reduzir a importância da visita de Dirceu à Venezuela. Disse que a viagem teve por objetivo discutir assuntos relativos à integração sul-americana. "O encontro nada teve a ver com a visita da secretária Rice ao Brasil", declarou o porta-voz.

De acordo com a assessoria de Dirceu, a reunião do ministro com Chávez deveria ocorrer no dia 9 de abril, mas acabou sendo adiada por duas vezes. O encontro foi acertado, depois da reunião entre os presidentes do Brasil, da Argentina e da Colômbia, na posse de Tabaré Vasquez. A idéia é tentar acabar com as tensões na região, dando prosseguimento aos passos iniciados por Lula. Qualquer notícia que falasse dos avanços seria boa para o governo do Brasil.

Reunião

Foi José Dirceu quem recebeu Condoleezza Rice quando ela chegou ao Palácio do Planalto para uma reunião de meia-hora com o presidente Lula. Com Dirceu, ela teve também um encontro, a portas fechadas, de 20 minutos. Da reunião com Lula participaram Dirceu, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o secretário-executivo do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães. Pelo lado da secretáris, estava o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, John Danilovich, e assessores. No encontro, de acordo com o porta-voz André Singue, Condoleezza "destacou a importância entre as relações entre Brasil e Estados Unidos para o crescimento do comércio e para a consolidação da democracia no continente".

"Ambos, presidente Lula e secretária Condoleezza, concordaram que o aumento do comércio, o desenvolvimento econômico e a democracia são o caminho para resolver os problemas da região", relatou o porta-voz.

A secretária, conforme o porta-voz, referiu-se também à necessidade de uma agenda conjunta para a África. E o presidente Lula destacou a importância de os Estados Unidos participarem das obras de integração física da América do Sul e de trabalhar no auxílio concentrado à África.

Visita de Bush No encontro, de acordo com o porta-voz, o presidente Lula reiterou ainda o convite para o presidente George W. Bush visitar o Brasil. "A secretária enfatizou que o presidente Bush quer muito vir ao Brasil e está vendo a data mais conveniente", disse Singer.

Apesar de Dirceu não ter trazido notícias importantes da Venezuela a respeito do último conflito com os Estados Unidos, Lula já havia conseguido avanços na sua política de boa vizinhança e na tentativa de acalmar a ira de Chávez, em reunião Ciudad Guyana, na Venezuela. Na ocasião, o presidente Hugo Chávez adotou um discurso mais moderado em relação aos Estados Unidos, após ser alertado dos "sinais positivos" emitidos por Condoleeza Rice, que disse que não queria ver os venezuelanos como inimigos.




Fonte: Agência Estado

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