Milho: safrinha cai até 60% com seca e área menor, diz Agromen

Ribeirão Preto, 19 - A estiagem e a redução na área plantada devem reduzir a produção da safrinha de milho em até 60% nas principais regiões de cultivo do País. A previsão é da Agromen Sementes, maior produtora do País de sementes de milho de capital 100% nacional. De acordo com o diretor-geral da empresa, Sergino Ribeiro de Mendonça, o estado mais atingido é o Paraná, que já teve uma redução de 50% na área plantada da safrinha em relação à do ano passado e ainda convive com uma menor tecnologia aplicada à lavoura.

"No Paraná, a situação é preocupante. O levantamento feito apontou que a seca atinge justamente a área onde a safrinha foi mantida", disse Mendonça. "Lá a quebra vai chegar a 60%", completou. Já no Mato Grosso do Sul, a área plantada de milho safrinha foi mantida em 2005, mas a seca também vem castigando a cultura principalmente por ser a época reprodutiva do milho. "Se a estiagem não se prolongar, a perda será de 40%", previu o diretor-geral da Agromen.

Nas regiões produtoras do Mato Grosso, o período de dez dias sem chuva começa a preocupar, mas, na avaliação da empresa, ainda não provocou quebra na safra, cuja produção será menor do que a do ano passado. "No Mato Grosso os agricultores estavam desestimulados do cultivo da safrinha de milho, pois o preço era de R$ 7,50 a saca à época do plantio. Hoje está em R$ 14,50", disse Mendonça.

Já em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, os baixos preços do milho, aliados aos problemas enfrentados na safra de verão com outras culturas, fizeram com que produtores optassem pelo cultivo do sorgo na safrinha. "Com isso, ao final da safra de milho vamos ter uma importação em massa do grão para suprir a demanda", concluiu o diretor-geral da Agromen Sementes.