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Esportes
Terça - 19 de Abril de 2005 às 16:20

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Apesar das recentes discussões públicas com Romário, Pelé demonstrou apoio à decisão da CBF de homenagear o atacante do Vasco com uma despedida oficial da Seleção Brasileira no amistoso, no dia 27 de abril, contra a Guatemala, no Pacaembu. Após jantar na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro na noite de segunda-feira, em que promoveu a exibição do documentário "Pelé Eterno", o ex-jogador afirmou que Romário merece uma festa de despedida.

"É uma homenagem maravilhosa por tudo que ele tem feito e fez pelo futebol", disse Pelé. "Se bobear, do jeito que o Baixinho sabe, vai meter um gol lá."

No início deste ano, Romário afirmou que Pelé "calado era um poeta" e que deveria "colocar um sapato na boca" depois que o Rei do Futebol sugeriu que o atacante deveria encerrar sua carreira.

No dia seguinte, depois de Pelé afirmar que era um fã de Romário e que não havia dito para ele se aposentar, Romário pediu desculpas pelas ofensas.

Racismo

Sobre a recente onda de racismo no futebol, que na semana passada causou grande polêmica no país com a prisão do argentino Leandro Desábato após ofensa racista ao atacante do São Paulo Grafite, Pelé comentou que o caso pode ser uma lição ao futebol internacional.

Entretanto, o ex-jogador e ex-ministro dos Esportes afirmou não acreditar que o racismo dentro dos campos um dia seja extinto, já que faz parte do jogo desde os seus tempos.

"Acho que talvez tenha sido uma coisa boa para se coibir o racismo, mas isso não vai acabar porque no calor da disputa vão continuar falando estas coisas. Mesmo aqui no Brasil, na hora do desabafo, os jogadores falam 'o crioulo filha da mãe"', disse.

Pelé ainda lembrou de incidentes racistas contra ele, principalmente contra jogadores argentinos, e disse que a atitude de Desábato pode ser interpretada também como uma provocação.

Ele acrescentou que o jogo entre as duas seleções pelas Eliminatórias, em julho, terá um ânimo extra pelo incidente em São Paulo.

"Sempre houve rivalidade entre Brasil e Argentina, imagina agora. Não vai ser tranqüilo, mas esse é um jogo gostoso de jogar. Gostaria de estar lá dentro."

"Me chateavam tanto que eu ia e arrebentava o time adversário, principalmente quando jogava na Argentina. Quando eles me provocavam e nós ganhávamos, era muita alegria."

"Acho que não pode extrapolar para fora do campo, porque senão meus sobrinhos vão começar a pegar turista argentino na rua e sair no pau... não sei se podemos entender isso como racismo ou provocação", completou Pelé.





Fonte: Reuters

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