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Politica Brasil
Domingo - 17 de Abril de 2005 às 14:31
Por: Luiz Acosta

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Dar sustentação ao projeto de reeleição do governador Blairo Maggi, eleger ao Senado Federal o atual deputado federal Pedro Henry e garantir pelo menos cinco cadeiras na Assembléia Legislativa. Esses são os principais objetivos do Partido Progressista para as eleições de 2006. E a sigla estará “vitaminada”, pois se prepara para receber, no próximo dia 25, as filiações dos deputados José Riva, Eliene Lima, Alencar Soares, Campos Neto e do vice-prefeito de Várzea Grande, Nico Baracat. Maior responsável pelo crescimento do PTB no Estado, Riva resolveu, depois de consultadas todas as possibilidades de permanência, assumir a missão de ajudar a transformar o PP num dos maiores pesos-pesados no tabuleiro político local. A transformação já começou: a bancada na Assembléia Legislativa, de um deputado atualmente (Chico Daltro), saltará para cinco (Riva, Eliene, Alencar e Campos Neto). A bancada federal cresceu com a filiação de Lino Rossi. Na Câmara Municipal, além de Lutero Ponce, Riva ajudou a conquistar a adesão do líder do prefeito Guilherme Maluf. Em relação a prefeitos, o PP irá dos atuais 22 para pelo menos 30. Foi durante a manhã da última quinta-feira, em meio a um ritmo frenético de atendimento em seu gabinete (Riva chega a atender 50 pessoas num único dia), que Riva concedeu entrevista exclusiva à Folha do Estado. Confira os principais trechos.

Folha: Por que o senhor resolveu trocar o PTB pelo PP?

Riva: Na verdade, um conjunto de fatores foi preponderante nessa mudança. Primeiro, a perspectiva de construção de um novo projeto político, mais ousado e com vistas ao desenvolvimento de Mato Grosso. E nisso, a figura do deputado Pedro Henry foi decisiva. Ele é um líder de grande influência e reconhecimento no Congresso Nacional. Liderou de maneira hábil a bancada federal do PP e quase conquista um Ministério no governo Lula. Creio que minha ida para o partido, junto a outros companheiros como os deputados Alencar Soares, Eliene Lima, e Nico Baracat, ajudará a sigla a crescer e a conquistarmos novos benefícios para o Estado.

Folha: A questão da “verticalização” também pesou?

Riva: Sim. O país vive a instabilidade de manutenção ou não da “verticalização”, que obriga as siglas estaduais a seguirem as composições majoritárias em nível federal. E isso coloca sob risco os projetos e estratégias traçadas. Sou contra as alianças de última hora. Por isso resolvemos nos antecipar, ouvindo nossas bases, e construindo um alicerce para as próximas eleições.

Folha: O que muda no cenário político estadual com essa migração em massa para o PP?

Riva: Creio que haverá uma mudança significativa no tabuleiro político. Estamos trabalhando, todos nós que estamos aderindo ao PP, para “vitaminar” o partido. A bancada na Assembléia Legislativa, de um deputado atualmente (Chico Daltro), crescerá para cinco (Riva, Eliene, Alencar e Campos Neto). A bancada federal cresceu com a filiação de Lino Rossi. Na Câmara Municipal, além do Lutero Ponce, deveremos conquistar a adesão do líder do prefeito Guilherme Maluf, que para mim é uma revelação na política de Cuiabá. Em relação a prefeitos, iremos de 22 para mais de 30, com certeza.

Folha: Mas efetivamente essas adesões significam o quê?

Riva: Significa que teremos mais peso em diversas situações. Cresceremos em quantidade, mas também em qualidade e estaremos auxiliando o progresso de Mato Grosso.

Folha: O PP continuará a apoiar o governo Blairo Maggi?

Riva: Sem dúvida. Não há como não continuar a dar sustentação a um governo como o do Blairo, que tem mostrado um novo jeito de se fazer política. Quando decidimos migrar para o partido, reafirmamos esse compromisso junto ao governador. Aliás, no PP me sentirei mais próximo do Blairo.

Folha: Mas o que o deputado Pedro Henry quis dizer com o tal “Plano B” do partido?

Riva: Estamos trabalhando para sermos uma das maiores forças do cenário estadual. Estamos trabalhando para potencializar nossos quadros. Nesse contexto, sem dúvida, o partido teria condições de lançar uma candidatura própria em 2006. Mas repito: apoiaremos a reeleição do governador Blairo Maggi. Esse compromisso foi firmado. Assim como já está firmado o compromisso de viabilizarmos a candidatura de Pedro Henry ao Senado Federal. Por seu trabalho, por sua história, não abriremos mão da candidatura do Henry.

Folha: O senhor será candidato a quê em 2006?

Riva: A deputado estadual. Muito do meu projeto passa por essa reeleição em 2006. Tenho muito a fazer ainda pelo municipalismo e pela população das minhas bases. Espero ter uma votação expressiva, que ajude a legenda e a eleição de pelo menos cinco deputados estaduais. Esperamos eleger também os deputados Eliene Lima e Chico Daltro à Câmara Federal. É um projeto ousado.

Folha: Por falar em municipalismo, o senhor trabalhou para a aprovação da PEC 13/03. Como ficou a questão da criação de novos municípios?

Riva: Garantimos que a nova redação devolverá aos Estados competência para legislar sobre a emancipação de municípios, que antes estava amarrada a PEC15/96, de competência da União. Acredito que foi o meio mais convincente de se fazer justiça.

A metodologia vai seguir o critério de média populacional de 10% dos municípios do Estado, considerados em ordem decrescente os de menor população. Número de imóveis na sede do aglomerado urbano que sediará o novo município superior a media de imóveis de 10% dos municípios do Estado e arrecadação estimada superior à média de 10% dos municípios do Estado, considerados em ordem decrescente os de menor população.

Folha: E a CPI das “GIAs”, como está?

Riva: Iremos investigar possíveis irregularidades e falsificações de Guias de Informação de Arrecadação, critério de definição da distribuição do ICMS aos municípios. Há bastante evidências de que municípios estão falsificando as guias e distorcendo a divisão do bolo. Iremos investigar isso a fundo. Além de mim, a CPI terá os deputados Carlão Nascimento, Pedro Satélite, Zé Carlos do Pátio e Campos Neto, Ságuas Moraes e J. Barreto.

Folha: Há também a CPI da Carne tramitando na Assembléia.

Riva: Sim. Recebemos dezenas de denúncias de pecuaristas falando sobre a uma possível cartelização no setor, ou seja, a possível existência de uma tabela única dos frigoríficos. O que vemos é que os criadores vendem a um preço baixo, mas os frigoríficos, concentrados nas mãos de grandes grupos empresariais, faturam muito. Iremos agir para averiguar essa situação.

Folha: Como evitar essa prática?

Riva: Acho que através das cooperativas. Se elas forem formadas em regiões com aptidão para a pecuária, como é feito em outras localidades brasileiras, possa ser uma alternativa. Se o Conselho de Defesa Econômica (Cade), que é um órgão do Ministério da Justiça, tomar as medidas cabíveis, punindo aqueles que se fortalecem por meio de cartéis, teríamos um alento no setor. Por isso, defendo esta CPI em Mato Grosso. Aliás, sugiro que todos os Estados criem as suas.

Folha: Estamos presenciando o atendimento de vários prefeitos, vereadores e lideranças em seu gabinete. Como é esse atendimento?

Riva: Os prefeitos e lideranças nem sempre têm a oportunidade de virem a Cuiabá para encaminhar suas reivindicações diretamente ao governo. Por isso os ajudamos a abrir esse diálogo e a viabilizar os benefícios necessários para as suas cidades. Cria-se aí um clima de confiança pois, além disso, eu visito periodicamente toda as cidades da minha base. Levanto as necessidades, que vão desde a infra-estrutura, educação, saúde, até geração de emprego e renda, e atuo aqui na Assembléia para suprir essas demandas.

Folha: E este trabalho dá resultados práticos?

Riva: Sim, são os resultados que nos fazem continuar... Participei hoje (quinta-feira, 14) da entrega de dezenas de ambulâncias para o interior. Junto com a ajuda de outros colegas, consegui viabilizar viaturas para as cidades de Apiacás, Colniza, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Paranaíta, Santa Cruz do Xingu e Terra Nova do Norte. É bom ressaltar que isso só foi possível graças à receptividade ao nosso trabalho e do empenho e seriedade do governo.





Fonte: Folha do Estado

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