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Internacional
Sábado - 16 de Abril de 2005 às 22:30

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Moradores de Madaien, 30 km ao sudoeste de Bagdá, foram tomados como reféns neste sábado, aparentemente por sunitas que ameaçaram matá-los se os xiitas não abandonarem a cidade, em meio a uma série de atentados em todo o Iraque, dois dos quais reivindicados pelo grupo do fundamentalista jordaniano Abu Mussab al-Zarqawi.

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Em Madaien, homens armados mantêm como reféns 75 habitantes, entre os quais mulheres e crianças, e exigem para não matá-los que todos os xiitas abandonem a cidade, de acordo com testemunhas e responsáveis.

"Homens armados estão circulando em Madaien com alto-falantes, e pedem a todos os moradores xiitas que deixem a cidade", declarou um membro das forças armadas, o capitão Haitham Mohammed, que conseguiu sair do lugar à paisana.

Soldados iraquianos cercaram Madaien neste sábado para tentar retomar o controle desta cidade.

Dezenas de famílias de Madaien continuam a chegar em Kut, 200 km ao sul de Bagdá, segundo um correspondente da AFP nesta cidade de maioria xiita.

Esta tomada de reféns pode agravar as tensões entre as comunidades sunita e xiita, que venceu as eleições de 30 de janeiro passado. Sob o regime do ditador Saddam Hussein, o país era dominado pelos sunitas.

Enquanto isso, os grupos armados multiplicavam os atentados em todo o Iraque.

Sete iraquianos, entre eles três policiais, foram mortos, e pelo menos outros cinco ficaram feridos neste sábado, na explosão que destruiu parcialmente um restaurante de Baaquba, 60 km ao norte de Bagdá. Xiitas e sunitas coabitam nesta cidade, palco de freqüentes ataques contra as forças de segurança.

Em Bagdá, um atentado suicida com carro-bomba cometido neste sábado contra um comboio militar matou um civil iraquiano e feriu outros três.

Dois filipinos, um homem e uma mulher, que trabalhavam no aeroporto, foram feridos num ataque contra o microônibus onde estavam.

O grupo de Zarqawi, líder da rede terrorista Al-Qaeda no Iraque, reivindicou neste sábado os dois ataques suicidas em dois comunicados publicados na Internet.

Seis membros das forças da ordem iraquianas e um caminhoneiro turco foram mortos numa série de ataques na noite de sexta-feira e neste sábado em Bagdá e ao norte da capital, segundo fontes de segurança.

Um policial e um soldado foram assassinados por homens armados em Kirkuk, 250 km ao norte de Bagdá.

Na região de Baiji, 200 km ao norte de Bagdá, um caminhoneiro turco morreu na explosão de uma bomba que destruiu seu veículo. Um membro da proteção das instalações petroleiras foi morto por rebeldes.

Um policial morreu na explosão de uma bomba em Tuz, 70 km ao norte de Bagdá. Um soldado morreu e outro ficou ferido na explosão de uma bomba perto de Samarra (norte).

Quatro civis foram feridos na explosão de um carro-bomba em Moatassem, perto de Samarra. Um camicase detonou seu carro-bomba contra um comboio americano em Mossul (norte), ferindo um civil.

Um soldado americano ferido na explosão de uma bomba perto de Taji, ao norte de Bagdá, morreu neste sábado, e outro foi morto em Tikrit, mais ao norte. Assim, são 1.547 militares americanos mortos no Iraque desde a invasão americana deste país, em março de 2003.

Qaisser al-Abassi, um líder do grupo de Zarqawi, teria se suicidado ao término de um combate perto de Samarra. Sua morte foi anunciada em panfletos distribuídos no norte do Iraque.

O exército iraquiano afirmou neste sábado ter matado Abou Bakr Mohammed Nayef al-Janabi, chefe do grupo Ansar al-Sunna - ligado à Al-Qaeda - na cidade de Latifiyah, e um de seus adjuntos, numa emboscada ao sul de Bagdá.

No âmbito político, o Iraque continua sem governo, uma semana após a designação do xiita Ibrahim al-Jaafari ao cargo de primeiro-ministro.

A presidência luxemburguesa da União Européia mencionou neste sábado a possibilidade de sediar "no início do mês de junho em Bruxelas" a conferência internacional sobre o Iraque.





Fonte: AFP

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