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Nacional
Sábado - 16 de Abril de 2005 às 18:50
Por: Lilian de Macedo

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Brasília - O seminário internacional Promovendo a Igualdade Racial: um Diálogo sobre Políticas, que aconteceu entre os dias 11 e 14 deste mês, concluiu que as contratações no mercado de trabalho são determinadas pela raça e gênero. O relatório A Hora para a Igualdade no Trabalho, divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), indica que os grupos mais discriminados representam a maior parcela da população: mulheres e negros - que correspondem a 55 milhões de pessoas ou 68% da População Economicamente Ativa (PEA).

De acordo com a pesquisadora da OIT, Manuela Tomei, as disparidades brasileiras são mais graves que a de países como Argentina, Chile e México. Para ela, isso acontece porque o Brasil admitiu a existência de discriminação racial há pouco tempo.

Para outra pesquisadora da OIT, Laís Abramo, além do racismo, há também a discriminação de gênero no país. "E o pior é que mesmo quando verificamos algumas conquistas, percebemos que elas não são eqüitativas", afirma.

A coordenadora do Programa Igualdade Racial da organização, Ana Cláudia Farranha, afirma que a segmentação do mercado de trabalho evidencia o preconceito contra a mulher no Brasil. "Pesquisas apontam que 25% das mulheres negras, entre 18 e 24 anos, estão desempregadas", destaca. A taxa média de desemprego nesta faixa etária foi de 19,3% em janeiro deste ano, nas seis principais regiões metropolitanas, conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

O governo brasileiro tem desenvolvido alternativas para enfrentar o problema. De acordo com o secretário-adjunto da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Douglas Martins, já foram iniciados diálogos com empresas multinacionais e empresas públicas e privadas brasileiras. A intenção, segundo ele, é incentivar empresários e gestores a contratar negros. "A idéia é criar programas transnacionais de ação afirmativa, incentivando as empresas a utilizar, de forma adaptada, projetos de inclusão racial que elas desenvolvem em países que exigem essa postura", explica.





Fonte: Agência Brasil

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