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Economia
Quinta - 14 de Abril de 2005 às 11:07

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A ADM do Brasil, terceira esmagadora de soja do País, anunciou ontem a interrupção das operações de processamento de soja, refino e envase de óleo na unidade de Três Passos (RS). “A fábrica está sendo desativada por razões econômicas e tributárias”, informou, em comunicado, a diretoria da empresa. A processadora, com capacidade de mil toneladas de soja por dia, estava com problemas de abastecimento das linhas em Três Passos por causa da quebra da safra no Sul do Brasil.

O presidente da ADM, Matthew Jansen, disse na semana retrasada que a operação de abastecimento da fábrica de Três Passos por outros Estados era uma solução sem grandes perspectivas. Isso porque a diferença tributária de cada unidade da federação tornava a operação antieconômica.

A empresa alerta que o fechamento da processadora é por tempo indeterminado, o que significa que a ADM terá agora apenas cinco unidades de processamento no País. As mais próximas estão em Joaçaba (SC) e Paranaguá (PR). Estas ficarão responsáveis pelo abastecimento do mercado regional. No ano passado, a unidade - junto com a de Santa Catarina, a menor em capacidade de esmagamento - processou 6% das necessidades da empresa. Em 2004, a multinacional faturou US$ 1,9 bilhão.

O fracasso da cultura de soja no Sul foi a razão central para a mais nova mudança da ADM na estratégia de operação no Brasil. A empresa anunciou há duas semanas que irá concentrar os investimentos no Mato Grosso, que responderá, segundo avaliação da empresa, pela maior parte da produção nacional do grão em 2010. Pelas projeções da ADM, o Mato Grosso saltará de uma produção atual de 17 milhões de soja para 30 milhões em cinco anos. Neste horizonte, o País já produzirá 80 milhões de toneladas por ano.

Além de representar uma opção a menos para a venda do grão, o fechamento da fábrica trará problemas aos agricultores que buscam farelo de soja, analisou o presidente da Cooperativa Tritícola Três de Maio (Cotrimaio), Antônio Wünsch. Além da ADM, a Cotrimaio negocia soja com a Cargill, Bunge e o mercado externo, mas o produto obtido este ano, castigado pela estiagem, não tem padrão para exportar, disse Wünsch. “Vamos colher menos de 15% da previsão”, estimou o dirigente, lembrando que a expectativa era de obter 4 milhões de sacas de 60 quilos de soja.




Fonte: redaçao

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