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Cidades/Geral
Terça - 12 de Abril de 2005 às 18:12
Por: Raquel Teixeira

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A produção de conhecimento como base para informação, conceitos de contra-informação e noções de segurança para autoridades são alguns dos itens que o instrutor Raimundo Teixeira, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) abordou nos dois primeiros dias do Curso Básico de Inteligência, realizado na Escola de Governo, em Cuiabá.

Conforme Raimundo Teixeira, as ações de inteligência requerem do profissional um senso crítico apurado, para que de posse das informações obtidas ele possa saber utilizá-las com critérios. “Não podemos somente aprender como buscar, mas também como manter em sigilo tais informações que são utilizadas no processo decisório de uma administração pública”, ressaltou Teixeira.

O curso é destinado a servidores das polícias Militar, Civil e Federal, além do Poder Judiciário, Secretarias de Justiça e Segurança e Fazenda e do Exército Brasileiro, que buscam aprimorar seus conhecimentos sobre as técnicas e procedimentos que instrumentalizam o trabalho de inteligência para a área de segurança pública.

De acordo com o coordenador do curso, capitão Ronelson Barros, o objetivo é manter atualizados os policiais que atuam no setor de inteligência das corporações de segurança. Outra meta do curso é criar mecanismos de facilitação para a efetiva integração e padronização dos procedimentos e ações de inteligência em Mato Grosso.

O curso é promovido em uma parceria formada pela Casa Militar, Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Tribunal de Justiça e Escola de Governo. “Com cursos dessa natureza buscamos incentivar o aprimoramento de nossos profissionais com ênfase na política adotada pelo Governo que é a de valorizar e capacitar os servidores, procurando garantir dessa forma, serviços cada vez mais de qualidade”, atestou o secretário-chefe da Casa Militar, coronel Orestes Oliveira.

O instrutor Teixeira, que atua há mais de 30 anos no serviço de inteligência, destaca a eficácia que ações de inteligência possuem na prevenção de atos criminosos. “É uma medida preventiva que neutraliza o ato antes que ele venha a ocorrer. A informação é o objetivo final da ação de inteligência que deve antecipar os fatos”, observa.

Com duração de 40 horas, os profissionais estão terão aulas sobre Conceitos de Inteligência, Conceitos de Contra-inteligência, Segurança de Autoridades, Conceitos de Operações de Inteligência, Observação-memorização e descrição (OMD), Reconhecimento, Vigilância, Entrevista, Recrutamento Operacional, Comunicação Sigilosa e Exercício em Campo. Os policiais tiveram instruções sobre a discrição exigida na tarefa de inteligência. “O profissional deve sair dos locais da mesma forma como chegou, sem ser notado por ninguém”, ressaltou Teixeira.

Teixeira abordou ainda noções de proteção para autoridades, destacando ainda que a inteligência atua nesse sentido de maneira preventiva, buscando conscientizar as autoridades para a própria segurança. “Instruímos quanto a antecipar-se aos fatos, pois uma agressão, tanto moral quanto física sofridas por uma autoridade demonstram a fragilidade do Estado e suas instituições”, acrescentou.

O instrutor da Abin observou ainda que no Brasil a cultura do uso de ações de inteligência na prevenção da criminalidade ainda é bastante reduzida. “Nosso País não tem cultura nesse sentido, em buscar informações que possam embasar o serviço preventivo. Os investimentos, tanto dos estados quanto da União ainda são muito baixos nessa área. Mas, o desprendimento e dedicação é que vêm produzindo resultados que temos à disposição dos serviços de segurança pública, pois no mundo enigmático, solitário e sem glórias dos serviços de inteligência apenas sobrevivem os verdadeiros profissionais”, finalizou.




Fonte: Secom - MT

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