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Sexta - 08 de Abril de 2005 às 07:51
Por: Keka Werneck

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O aposentado Onorato Delalastra, 68, fez o que poucos atingidos por tumores fazem. Buscou tratamento no início da doença, o que hoje o dá boas chances de cura. Ele tem câncer bucal, já operou e enfrenta sessões de radioterapia. E é o tratamento de justamente este tipo maligno de tumor, muitas vezes negligenciado, que está em expansão no Estado. Hoje é o Dia Mundial de Combate ao Câncer.

A metade dos que contraem câncer bucal na infância morrem, é o que diz o coordenador de odontologia para pacientes especiais da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Fabiano Borges. Pelo menos 85% dos que buscam tratamento o fazem tardiamente. A demora pode resultar não só em óbito, mas em mutilação. "Para mudar esta realidade, é preciso procurar um dentista na rede pública. Em Cuiabá, eles são 180. No interior, em cada cidade tem pelo menos um", diz Borges.

Em Mato Grosso, de janeiro a julho do ano passado, foram notificados 33 casos. Mas os tumores que mais matam homens no Estado são os de próstata e mulheres, os de mama.

O câncer bucal tem, contudo, um perigo. Ele não impressiona a princípio. Machas esbranquiçadas e carocinhos, nos lábios e bochechas, avisam, mas nem sempre servem de alerta. Só que a ferida não sara nunca e começa a crescer rapidamente. Foi assim com Onorato, que está, há 15 dias, em Cuiabá, abrigado na Casa Transitória Irmã Dulce, para fazer radioterapia. Incapacitado de falar, em nome dele, a filha Vilma, de 40 anos, que o acompanha, diz que o tratamento está funcionando. "É o que dizem os médicos", alegra-se.

Este ano a SES não preparou campanha para marcar a data. "Preferimos gastar com o atendimento", justifica o superintendente de Atenção Integral à Saúde, Victor Rodrigues. Hoje só a Capital oferece tratamento oncológico pelo SUS.




Fonte: A Gazeta

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