Histórias de quem veio e ficou e de quem é daqui

Vindos de regiões saturadas e com vários problemas sociais típicos de grandes aglomerações, muitos paulistas acreditaram no sonho de uma vida melhor nas terras distantes de Mato Grosso. Essa é a história da vida do engenheiro Rômulo Vandoni, 81, que abandonou um cargo de mestre em uma das universidades mais importante do país, a Universidade de São Paulo (USP), para trabalhar em Cuiabá na década de 50. Ele ajudou a fundar e a criar várias obras públicas, entre elas o estádio do Verdão, que já completa 29 anos. Pele branca, olhos verdes e cabelos claros. O clássico biótipo do italiano paulista. Aqui ele se casou com uma típica cuiabana e teve quatro filhos, todos de "chapa e cruz", talvez não com todo o sotaque esperado, mas com a musicalidade de quem nasceu e cresceu em terras cuiabanas.

De "chapa e cruz", o engenheiro Benedito da Costa Filho, 73, 14 filhos, tem orgulho de ser cuiabano. "Todo domingo a gente vinha com a família passear na praça Alencastro. As famílias da elite ficavam dentro e a prole do lado de fora. Também já joguei muito futebol no campinho que hoje fica na avenida coronel Duarte", relembra.

Ele tem muitas histórias para contar. Uma delas aconteceu em um tanque, utilizado pela juventude da época, como piscina, e ficava em frente de onde hoje é a Clínica Femina, no bairro Lixeira. "Quase me afoguei quando estava brincando".