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Politica Brasil
Sexta - 08 de Abril de 2005 às 07:32
Por: Romilson Dourado

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O governador Blairo Maggi decidiu ontem deixar o PPS, diante da insistência do partido em lançar candidatura própria à Presidência da República, e já acena com a possibilidade de se filiar no PSB, apesar de ter retomado o "namoro" com o PMDB do cacique Carlos Bezerra.

Numa sinalização de que Maggi sairá da legenda socialista, o diretório estadual decidiu não enviar nenhum dos cinco membros junto à Nacional para o encontro do partido que acontece entre hoje e domingo, em Natal (RN). Inicialmente, estavam previstas as presenças de Maggi, da vice-governadora Iraci França, da secretária de Estado de Educação, Ana Carla Muniz, e dos ex-prefeitos Roberto França e Percival Muniz. Em sinal de protesto contra a proposta de candidatura própria do PPS à sucessão presidencial, nenhum dos cinco estará presente ao congresso da legenda.

Em pré-campanha à reeleição, Maggi tem até 03 de outubro deste ano para definir seu futuro partidário. Concluiu, porém, que precisa resolver o impasse dentro dos próximos 30 dias para ganhar tempo nas articulações e no fortalecimento de partidos que farão parte do arco de alianças. Sua definição sobre nova sigla ocorrerá, neste caso, antes mesmo do Congresso Nacional decidir sobre a manutenção ou não da verticalização das alianças - regra que obriga os partidos nos Estados a repetirem as mesmas coligações acertadas em âmbito nacional.

O governador se reuniu ontem por mais de duas horas com o presidente regional do PPS, Roberto França. O encontro, apenas entre os dois, ocorreu na sede da legenda, em Cuiabá. Maggi e França fizeram conjecturas e traçaram novas estratégias, inclusive dentro de um cenário em que o governador já apareceria como principal líder estadual no PSB ou no PMDB.

De um partido "nanico" - inclusive prestes a perder para o PP o único deputado estadual no Estado (Eliene Lima) -, o PSB se tornaria grande, a partir da filiação de Maggi. Em meio a debandada, receberia adesões de deputados, prefeitos, vereadores e secretários de Estado.

Blairo Maggi está sendo motivado a optar pelo PSB pelo colega Ciro Gomes, ministro da Integração Nacional. Ambos mantiveram três longas conversas sobre o assunto nas últimas duas semanas.

França já avisou a seus aliados mais próximos que, apesar de hoje presidir o PPS, já está decidido a acompanhar Maggi no partido pelo qual este optar. Em princípio, dos principais líderes regionais do PPS, só ficaria filiado à sigla o ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz.

Maggi afirma ser contra o PPS lançar candidatura própria à sucessão presidencial por três razões: 1ª) Por entender que o partido não tem visibilidade eleitoral; 2ª) Por representar enfrentamento ao presidente Lula e; 3ª) Por que pretende apoiar a recandidatura de Lula para, em moeda de trocar, ter o PT em seu palanque na corrida pela reeleição.

"Sou um dos parceiros de Lula na reeleição. Se o meu partido (PPS) não quiser ficar com ele, eu vou procurar uma forma de ficar (na base de apoio de Lula", afirmou o governador.

A interlocutores, Maggi voltou admitir também a possibilidade de migrar para o PMDB. A maior empecilho, porém, seria o ex-senador Carlos Bezerra. Presidente do partido há quase uma década e com alto índice de rejeição popular, Bezerra não recua do comando regional do PMDB, o que levaria Maggi a ficar sob suas ordens.




Fonte: A Gazeta

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