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Nacional
Sexta - 08 de Abril de 2005 às 03:10
Por: Clarrisa Thomé

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Rio de Janeiro - As três cápsulas de calibre .40 encontradas no Gol prata usado pelos matadores da chacina da Baixada foram disparadas pela mesma pistola usada na Rua Geni Saraiva, no município de Queimados, onde duas pessoas foram assassinadas. É mais uma prova contra o policial militar Carlos Jorge Carvalho, que pegara o veículo emprestado 1h30 antes do crime.

A comprovação é a primeira prova técnica produzida pelos peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli. "Houve coincidência na análise balística dessas cápsulas com uma outra que foi encontrada ao lado do corpo de uma das vítimas da Rua Geni Saraiva, em Queimados. Esse carro foi utilizado na chacina", disse o diretor de Polícia Técnico-Científica, Roger Ancillotti.

O chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, explicou que cada cápsula apresenta três marcas características, sua assinatura, que foram comparadas. Uma é feita pelo percussor da pistola, outra pelo extrator e a terceira pelo ejetor. "Tenho certeza da participação de Carvalho", afirmou Lins. "A prova técnica está sendo produzida, mas o que temos já é substancial para manter os outros presos", acrescentou.

Ancillotti informou ainda que peritos estão analisando os três fragmentos de impressões digitais deixados no retrovisor interno, vidro lateral e placa traseira do Gol. As impressões passaram por tratamento químico durante 24 horas e começaram a ser analisadas. Ele disse que os peritos analisam a agenda de um chip de rádio-transmissor deixado no carro. A polícia suspeita que o aparelho seja do cabo José Augusto Moreira Felipe, um dos suspeitos, já que, em sua casa, foi encontrado um rádio sem chip.

Prisão - A Justiça decretou nesta quinta à noite a prisão temporária de mais dois suspeitos de participarem da chacina da Baixada Fluminense, que vitimou 30 pessoas na última semana. Os policiais militares Gilmar da Silva Simão e Marcos Siqueira haviam sido soltos na noite de quarta, depois que o prazo de 24h da prisão administrativa expirou. Sem o decreto, eles não puderam ser mantidos na cadeia.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os dois ainda estão soltos, apesar do mandado de prisão. Outros dois policiais militares continuam presos administrativamente pela Polícia Militar.

A Secretaria de Segurança Pública já havia conseguido mandados de prisão temporária para outros seis acusados, que estão presos: Júlio César Amaral de Paula, Carlos Jorge de Carvalho, Fabiano Gonçalves Lopes, José Augusto Moreira Felipe, Ivonei de Souza e Maurício José Montezano.

O soldado Júlio César do Amaral prestou depoimento na Delegacia de Homicídios da Baixada e alegou inocência. Segundo seu advogado, "ele estava em Itaguaí, sozinho, e chegou a Queimados depois das 21h, quando o fato já tinha acontecido".




Fonte: Agência Estado

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