Reunião é segundo encontro de presidentes da Venezuela e Colômbia após crise diplomática

Ciudad Guayana (Venezuela) – A reunião que acontece nesta terça-feira entre os presidentes de Brasil, Venezuela, Colômbia e do governo espanhol é também o segundo encontro entre Hugo Chávez e Alvaro Uribe desde a crise diplomática que aconteceu na virada do ano entre os dois paises vizinhos.

"Por um aspecto, o episódio foi um bom sinal. Essas coisas não ocorrem quando não há relações entre os países", afirma o vice-ministro venezuelano das Relações Exteriores para América Latina e Caribe, Eustoquio Contreras. Ele reconhece que se trata de um "tema sensível" entre os dois países, mas ressalva, sem detalhar: "Fomos vítimas da manipulação de uma terceira mão peluda".

Em dezembro, Rodrigo Granda, membro das Farc, ou Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, foi capturado em Caracas por mercenários e entregue à polícia colombiana depois de ter sido levado até a fronteira dos dois países, em troca de uma recompensa estimada em US$ 1,5 milhão. Na época, Chávez classificou o pagamento como "suborno" e disse que o caso se constituía em violação da soberania nacional venezuelana.

Em meados de fevereiro, Chávez e Uribe encontraram-se pela primeira vez depois do episódio. "Isso serviu para abrir um novo tempo em nossas relações bilaterais. Estamos desenvolvendo mecanismos para resolver os problemas com rapidez", afirma. "A história toda também demonstrou que a capacidade concreta dos povos está muito além da dos governos. Colombianos e venezuelanos, empresários e a população de uma forma geral, estavam profundamente interessados nessa solução". Depois dos Estados Unidos, a Colômbia é hoje o principal parceiro comercial da Venezuela.

Entre os projetos conjuntos entre os dois países estão a formação do sistema de satélite Simon Bolívar, no âmbito da Comunidade Andina (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela), e o acordo para a construção de um gasoduto ligando os dois países, no valor de US$ 200 milhões.