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Internacional
Segunda - 28 de Março de 2005 às 01:20

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Flórida - Com a esperança de um milagre diminuindo e as opções legais esgotadas, os pais de Terri Schiavo demonstraram neste domingo uma quieta resignação e pediram aos manifestantes que passassem o Domingo de Páscoa em suas casas. Terri, de 41 anos, chegou ao nono dia sem a sonda de alimentação que a manteve viva durante 15 anos depois que sofreu danos cerebrais irreversíveis após uma parada cardíaca. Segundo o advogado da família Schindler, os médicos começaram a dar morfina a Terri para evitar dores.

Do lado de fora da clínica para doentes terminais em que ela está internada, porém, os grupos religiosos empenhados em salvá-la não se acalmaram. Adotaram uma posição mais ativa, desafiando a polícia e bloqueando a entrada da clínica em Pinellas Park. Quatro pessoas foram detidas tentando entrar no prédio para dar a Terri a comunhão de Páscoa. Alguns manifestantes deixaram suas cadeiras de rodas e se posicionaram na entrada, deitadas, gritando: "Não estamos mortos ainda". O forte barulho levou o irmão de Terri, Bobby Schindler, a sair da clínica e pedir aos manifestantes que se acalmassem. "Não vamos solucionar o problema hoje sendo presos", disse ele ao grupo de cerca de 40 pessoas. "Podemos mudar as leis, mas não vamos mudá-las hoje. Vocês não estão falando por nossa família".

"As pessoas estão ficando muito emocionais", afirmou o reverendo Patrick Mohoney. Para Paul O´Donnell, monge católico amigo da família Schindler, negar a comunhão de Páscoa, data mais sagrada para os católicos, representa uma violação aos direitos de Terri. Ele pediu ao governador Jeb Bush - irmão do presidente George W. Bush - que interviesse. Terri recebeu as últimas bênçãos antes que o tubo de alimentação foi retirado e os juízes federais têm repetidamente assegurado que seus direitos religiosos não foram desrespeitados.

No sábado, o juiz George Greer negou moção de Bob e Mary Schiavo para que Terri fosse reconectada à sonda, decisão que esgotou os recursos legais no caso. A esperança da família agora parece se resumir a Jeb Bush, que passou a ser o novo alvo dos manifestantes. Eles querem que o governador assuma a custódia de Terri, embora isso signifique que ele estaria desrespeitando a lei. Mas, com as pesquisas de opinião condenando o uso político do caso Schiavo, Jeb Bush, mesmo apoiando a família, já indicou que não há mais nada a fazer.

Terri sofreu uma parada cardíaca em 1990 por falta de potássio - causada provavelmente por uma dieta alimentar -, que deixou seu cérebro sem oxigênio por alguns minutos. Há anos seu marido e guardião legal, Michael Schiavo, trava uma batalha na Justiça com os Schindler para fazer valer o desejo de Terri, que, segundo ele, não gostaria de permanecer em estado vegetativo.




Fonte: AE - AP

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