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Economia
Quinta - 24 de Março de 2005 às 21:04

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O Banco Central informou hoje que vai observar a evolução do cenário externo, principalmente dos preços do petróleo e dos juros nos Estados Unidos, para só então decidir se põe fim ao ciclo de aumento da taxa básica de juros da economia brasileira (Selic).

Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária, do BC) elevou a taxa pelo sétimo mês seguido, de 18,75% para 19,25% ao ano. O mercado espera que a alta da semana passada seja a última, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira e que ouviu analistas de mais de cem instituições financeiras.

O BC, entretanto, afirmou que precisa esperar para tomar a decisão. "A existência de alguns focos localizados de pressão na inflação corrente e a deterioração recente no cenário externo, com nova escalada nos preços do petróleo e maior incerteza acerca da condução da política monetária norte-americana, aumentaram os riscos a que estão sujeitas as perspectivas de convergência da inflação para a trajetória de metas, em relação ao que havia sido avaliado pelo Comitê na reunião de fevereiro", afirma o BC na ata da reunião do Copom divulgada hoje.

Diante disso, o Copom informou que vai "acompanhar atentamente a evolução do cenário prospectivo para a inflação até a sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na estratégia de política monetária implementada desde setembro de 2004".

O BC também avalia que os efeitos do processo de aumento da taxa básica de juros já estão presentes na economia.

'O comitê considera que os efeitos do ciclo de aumento da taxa de juros iniciado em setembro de 2004 já se fazem sentir tanto nos resultados mais favoráveis da inflação no início do ano como nas projeções de inflação para horizontes mais longos realizadas pelo Bancos Central e pelos analistas do setor privado. A atividade econômica continua em expansão, mas a um ritmo menor e mais condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação', diz o documento.

De acordo com a ata, foi a atuação do Copom que evitou a propagação dos efeitos da inflação de curto prazo, causada por reajustes de preços administrados acima do esperado, tivesse efeito em um horizonte mais longo.

'As expectativas para a inflação doze meses à frente e para 2006 permanecem estáveis, sugerindo que a postura monetária mais restritiva tem evitado que as pressões inflacionárias de curto prazo não se propaguem para horizontes mais longos.'

O Copom trabalha para manter os preços sob controle. A meta de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano é de 4,5%, com intervalo de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. No entanto, desde setembro o BC trabalha com um objetivo de 5,1%.

Apesar de ver a inflação estável nos próximos meses, a autoridade monetária alerta que os riscos de curto prazo dificultam a avaliação sobre o comportamento da inflação, e por esse motivo, o BC continuará 'vigilante' para evitar possíveis pressões inflacionárias que possam ter efeito no longo prazo.

'Cabe à política monetária, portanto, manter-se especialmente vigilante para evitar que pressões detectadas em horizontes mais curtos se propaguem para horizontes mais longos', diz o documento.

O Copom ainda vê uma deterioração do cenários externo e uma incerteza maior sobre a condução da política de juros nos Estados Unidos.

'Por outro lado, a existência de alguns focos localizados de pressão na inflação corrente e a deterioração recente no cenário externo, como nova escalada nos preços do petróleo e maior incerteza acerca da condução monetária norte-americana, aumentaram os riscos a que estão sujeitas as perspectivas de convergência da inflação para a trajetória de metas em relação ao que havia sido avaliado pelo comitê na reunião de fevereiro.'

Por isso, o BC volta a alertar, assim como na ata do mês passado, que poderá 'adequar às circunstâncias o ritmo e a magnitude do processo de ajuste da taxa de juros básica, caso venham à exacerbar-se os fatores de risco acompanhados pelo comitê'.





Fonte: 24Horas News

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