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Domingo - 20 de Março de 2005 às 19:10
Por: Aline Chagas

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Um cambista tinha dois meios de entrar no esquema o jogo do bicho: ou era convidado ou buscava apoio na sede da empresa Colibri. No primeiro caso se enquadravam aqueles que trabalhavam em pontos movimentados, como ambulantes, donos de lanchonetes e vendas.

Jonas Ferreira da Costa, 36 anos, conta que começou a atuar nos anos 80, ainda adolescente. Tinha como responsabilidade encontrar pessoas com bons pontos de venda e convencê-las a entrar no ramo. Para isso, ganhava comissão. Depois de um tempo, assumiu uma banca. No início deste ano, conseguiu um emprego em um frigorífico, depois de muito tempo batendo de porta em porta.

Por trabalhar como vendedor de jogos da loteria no centro de Cuiabá e ter uma boa clientela, Sebastião Roberto da Silva, de 47 anos, foi convidado em 1982 a vender jogos do bicho. Sebastião explica que como era uma atividade aberta e não havia represálias, ele aceitou. “Trabalhei como cambista por quase vinte anos e nunca recebi uma ameaça. Vivi bem com minha mulher e filhos com esse dinheiro”, lembra Sebastião, que é deficiente físico e ainda trabalha vendendo jogos de loteria no mesmo ponto.

A dona-de-casa Helena Monteiro da Silva, de 60 anos, tinha uma banca no bairro São Gonçalo desde 1989 e também fechou em no dia 5 de dezembro de 2002. Helena lembra que lucrava bem, mesmo existindo vários outros pontos de jogo no quarteirão, por causa do grande número de apostadores. Atualmente, a dona-de-casa não consegue se empregar por causa da idade e só tem uma pensão de R$ 260 para ajudar a criar os três netos.

“Não acho justo o que estão fazendo com a gente. Agora vivo no limite e ainda querem que eu pague uma cesta básica para sair do processo de contravenção. Por que só nós que vamos responder, se toda a sociedade sabia e aceitava?”, argumenta Helena.




Fonte: Diário de Cuiabá

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