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Nacional
Sexta - 18 de Março de 2005 às 17:11
Por: Lúcia Nórcio

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Curitiba - A estiagem que atinge o Paraná está mobilizando também os agricultores familiares, camponeses e assentados de Guarapuava, região central do estado. Eles alegam que são os que mais produzem e se identificam como os que mais diretamente sofrem os impactos da seca. Segundo o coordenador do Fórum Regional das Entidades da Agricultura Familiar, Luiz Tomacheski, as perdas na região atingem mais de 50% das lavouras de feijão, soja, arroz e, principalmente, de milho.

Os agricultores querem que o governo do Paraná componha um fundo de manutenção familiar junto com o governo federal, em que cada um se comprometa a depositar valores idênticos. Eles reivindicam também isenção do pagamento da conta de energia elétrica por seis meses, máquinas para a perfuração de poços artesianos e açudes e a utilização de parte dos recursos do Fundo de Aval para atender osagricultores que não financiaram suas lavouras no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Além disso, os agricultores familiares pedem a liberação de recursos ou sementes de culturas de inverno - duas sacas (gratuitamente) por família de pequenos produtores de leite. O governo do Paraná comunicou hoje aos agricultores que já acertou com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, algumas medidas de auxílio às famílias atingidas pela estiagem. Segundo o governador Roberto Requião, agricultores conveniados com o Pronaf deverão procurar as agências do Banco do Brasil ou o sindicato da região para pedir uma vistoria na propriedade. Com a comprovação do estado de emergência, a propriedade terá 100% de quitação das dívidas. Também haverá uma prorrogação de prazos para o pagamento de financiamentos de custeio e investimento, ou seja, o agricultor poderá pagar em um prazo de dois anos - metade em 2006 e a outra metade em 2007. O agricultor José Teles, casado, pai de três filhos, residente em Guarapuava, apela ao governo que este prazo seja de cinco anos. Ele diz que, em dois anos, não conseguirá se recuperar das perdas em seus cinco alqueires plantados com milho, soja, feijão, arroz. O agricultor teme que a soja não vá granar e tenha baixo peso. A primeira safra de feijão foi totalmente perdida e a segunda só poderá ser colhida se chover nos próximos dias. O arroz teve uma quebra de 50%. Segundo Teles, esta é a situação da maioria dos pequenos agricultores da região central do Paraná. De acordo com o Serviço de Meteorologia do Estado, em algumas regiões não chove há 60 dias. Cerca de 40 municípios já decretaram estado de emergência. Até agora, foram registrados no Paraná 13 mil pedidos de cobertura dos prejuízos no Banco do Brasil, mas estima-se que, no total, 25 mil agricultores familiares solicitem o auxílio.




Fonte: Agência Brasil

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