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Cidades/Geral
Quarta - 09 de Março de 2005 às 21:40
Por: Cristiane Ribeiro

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Rio - Os 13 auditores fiscais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acusados de fraudes num total de R$ 3 bilhões, denunciados sexta-feira (4) à justiça pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, sabiam que estavam sendo investigados desde 2002 e, mesmo assim, continuaram fraudando a instituição. A informação foi divulgada hoje pelo procurador Fábio Aragão, que faz parte da força-tarefa formada pelo Ministério Público Federal do Rio, Polícia Federal e Ministério da Previdência Social para investigar irregularidades contra a receita previdenciária.

Segundo o procurador, no início da investigação, em 2002, a quadrilha de fraudadores do INSS, formada pelos 11 auditores presos e dois ainda foragidos, teve acesso a um documento sigiloso que pedia aos cartórios do estado o levantamento do patrimônio imobiliário dos fiscais. Já no ano passado, em conversas telefônicas interceptadas com autorização da justiça, estes fiscais diziam que iriam á Brasília falar com políticos para tentar bloquear as investigações da força-tarefa.

"Conseguimos apurar que todos os integrantes da organização criminosa tinham ciência de que estavam sendo investigados. Mesmo assim, continuaram a desempenhar as atividades criminosas, contando com a impunidade, contando que acionariam contatos políticos justamente para acabar com a investigação", disse Aragão. O procurador garantiu que a força-tarefa continua desempenhando suas atividades sem pressões externas.

Quanto às denúncias de participação do presidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, no esquema de fraudes, o procurador disse que, por enquanto, são apenas probabilidades. Aragão explicou que os documentos manuscritos que falam em doações para campanhas eleitorais apreendidos na casa do fiscal Arnaldo Carvalho da Costa, que é compadre e sócio do parlamentar em empreendimentos imobiliários, não contêm o nome de Picciani.

"Vamos apurar para saber qual ou quais políticos se beneficiaram do dinheiro desviado do INSS e, se houver elementos comprovando a ligação ilícita entre os dois, o deputado Picciani poderá ser chamado para prestar esclarecimentos", acrescentou Aragão.

O procurador explicou que agora a força-tarefa vai apurar qual o destino do dinheiro desviado do INSS e se houve lavagem de dinheiro com participação, inclusive, de parlamentares. Ainda de acordo com o procurador, a Polícia Federal vai instaurar inquérito para apurar a conduta dos donos das 140 empresas extorquidas pelos fiscais para saber se eles teriam oferecido vantagens indevidas aos auditores do INSS em troca do perdão da dívida.

Quanto aos fiscais presos, se forem condenados pelo crime de corrupção, poderão pegar mais de 30 anos de prisão.





Fonte: Agência Brasil

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