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Cidades/Geral
Quarta - 02 de Março de 2005 às 07:08
Por: Márcia Oliveira

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O taxista Marcos Peralta, 52, morreu e foi enterrado ontem em Vallemy, Paraguai, vítima de diabetes, e, segundo a família, negando até o último momento que tivesse qualquer ligação com o assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, encontrado morto em setembro de 1999, em Concepcion (PAR).

Peralta e a sobrinha, Beatriz Árias, eram as únicas testemunhas da morte do juiz, identificadas em inquérito policial. Ele foi indiciado como co-autor do assassinato nos dois inquéritos que apuraram a morte e denunciado pelo mesmo motivo pelo Ministério Público Federal (MPF) que, cerca de um ano depois, desistiu do pedido de extradição feito para trazer o acusado de volta ao Brasil.

Peralta fugiu de Mato Grosso logo depois de saber que o homem a quem conduzia para o Paraguai, supostamente para comprar uma fazenda, havia morrido e era juiz. Um ano depois, ele foi detido em Assuncion (PAR) tentando tirar uma identidade falsa. Lá, ficou no Presídio de Tacumbú de setembro de 2001 a novembro de 2002, quando o juiz federal Jeferson Schneider determinou que ele fosse libertado por problemas de saúde e por ter residência fixa.

A família de Peralta, em Cuiabá, afirma que ele morreu 0h de ontem e que cinco horas depois recebeu a informação por telefone. "Ele vivia com toda a família, seis filhos e a mulher, ajudado por outros dois irmãos que temos lá. A saúde dele já estava muito precária quando ele foi libertado e, como o tratamento era difícil, ele não resistiu", afirmou o irmão mais novo de Peralta, Miguel Árias.

Miguel afirma que o irmão fazia tratamento no único hospital da cidade, que servia a uma população de cerca de 10 mil habitantes e que não acredita que o irmão tivesse qualquer ligação com a morte de Leopoldino. "Ele vivia em situação de miséria. Não tinha dinheiro escondido e sobrevivia com a ajuda de outros irmãos", contou.

No dia 21 de janeiro de 2005, a Justiça Federal determinou que Peralta fosse ouvido no Paraguai e preparava as perguntas que seriam dirigidas a ele. Dos três acusados do crime, apenas a sua sobrinha, Beatriz Árias Paniágua, foi julgada e condenada a 12 anos de reclusão. Atualmente ela cumpre a pena em regime semi-aberto.

O lobista Josino Guimarães, acusado de ser o mandante do crime, está livre enquanto aguarda a sentença de pronunciar.

Em todas as ocasiões que Peralta pode falar sobre o crime, ele negou que o tivesse cometido. Em sua primeira declaração à imprensa, disse que ele, a sobrinha e Leopoldino estavam na estrada que dava acesso a Loreto (PAR), um vilarejo onde ficaria a fazenda que Beatriz lhe teria dito que Leopoldino iria comprar, quando uma caminhonete preta que os seguia teria dado sinal para que parassem. O juiz teria descido e ido ao encontro de homens brasileiros, que fizeram vários disparos.




Fonte: A Gazeta

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