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Cultura
Quarta - 16 de Fevereiro de 2005 às 20:40

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O cantor George Michael disse que um documentário sobre sua vida, que estreou no Festival de Cinema de Berlim na quarta-feira, é uma maneira que ele encontrou para relatar sua história antes de afastar-se do público.

George Michael: A Different Story apresenta a trajetória do cantor, que partiu da pobreza para tornar-se um dos artistas mais vendidos dos anos 1980 e 1990, mas não deixou de ter problemas pelo caminho.

"O tempo de me esconder já chegou ao fim há algum tempo, mas acho que isto é o máximo que vocês vão ver de mim", disse Michael a jornalistas no Festival de Berlim, onde apareceu de óculos escuros e com a barba por fazer, sua aparência de costume.

"Acho que o futuro, para mim, é uma coisa que vai acontecer bem mais nos bastidores. Não será tanto uma questão de privacidade quanto de eu não estar por aí. E achei que seria importante eu me explicar antes de desaparecer do mapa."

George Michael se abre totalmente no documentário de 100 minutos, no qual fala da morte de seu namorado brasileiro em função da aids, de um incidente infame de obscenidade num banheiro e da fúria da mídia em decorrência da postura que ele assumiu contra a guerra no Iraque.

O documentário fascina tanto pela visão que oferece sobre a vida de uma celebridade quanto por revelar pelo menos parte da verdade em torno de Michael, conhecido por ser avesso à publicidade.

A ascensão meteórica George Michael ao superestrelato, primeiro com Wham! e depois como artista solo, foi complicada pelo fato de ele ser gay, apesar de esse fato ser largamente desconhecido.

"Pensei: 'Meu Deus, sou um superastro e acho que posso ser bicha. Isso não vai acabar bem"', conta o cantor no filme.

Ele acabou se assumindo como homossexual depois de ser acusado de comportamento obsceno num banheiro público de Beverly Hills, em 1998. Mas em 1993 já tinha perdido seu namorado, Anselmo Feleppa, morto de uma doença relacionada à aids.

"Eu me lembro de ter olhado para o céu e dito 'não faça isso comigo!"', conta Michael, falando do momento em que Feleppa lhe falou que iria fazer exames médicos.

Selva Artística

Baladas como Careless Whisper e Faith elevaram George Michael ao auge do mundo musical.

Ele já vendeu mais de 70 milhões de discos, e seu álbum Faith, de 1987, rendeu seis singles que foram Número 1 no mercado americano. A fortuna pessoal que ele acumulou chega a estimados 80 milhões de libras (US$ 150 milhões).

Mas George Michael também teve anos ruins, como, por exemplo, quando brigou com sua gravadora - e perdeu -, no início dos anos 1990.

Ele voltou com força total em 1994, cantando o aclamado single Jesus to a Child sob o Portão de Brandenburgo, em Berlim.

Elton John aparece no filme e repete suas críticas a George Michael, dizendo que a decisão deste de não fazer turnês é um desperdício de seu talento. "Acho ele muito frustrante", disse John.

Elton John também critica a relutância de George Michael em anunciar ao mundo que é gay. "Ser flagrado num banheiro não é a melhor maneira de sair do armário", disse John.

George Michael disse que não imaginava que o incidente pudesse destruir sua carreira, mas que ficou muito abalado com a reação negativa da mídia diante de sua oposição à guerra no Iraque.

O videoclipe de Shoot the Dog traz representações caricatas do presidente norte-americano George W. Bush na cama com o premiê britânico Tony Blair e sua esposa.

Michael afirma que não se interessa em fazer turnês e confessa que acha o trabalho de divulgar discos algo que "destrui a alma".





Fonte: Reuters

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