Finos perdem terreno para os importados

A maior fatia do mercado, a dos vinhos comuns de mesa, sofre menos porque comercializa grandes volumes. Mesmo assim, depois de crescimento durante cinco anos, amargou queda nas vendas, de 227 milhões de litros em 2002 para 217 milhões de litros em 2003, e deve fechar 2004 com volume semelhante ao do ano passado. Uma das menores fatias, a dos espumantes, recuperou terreno no final do ano e pode fechar 2004 com volume igual ao dos 4,7 milhões de litros vendidos em 2003.

O maior problema está nos outros vinhos finos, que vêm perdendo terreno para importados baratos depois de terem quase 60% do mercado em 1999. Conforme dados da Uvibra, desde então as vendas vêm caindo. Passaram de 36,9 milhões de litros naquele ano para 23,2 milhões de litros em 2003. A perspectiva é de um volume ainda menor em 2004. O porcentual de participação dos brasileiros no segmento também caiu. Ficou em 46% em 2003 e tem a perspectiva de encolher para 35% em 2004, segundo Cavagni.

Os vinicultores apontam vários motivos para a crise. Admitem que a queda da cotação do dólar favorece as importações e reconhecem que o consumo brasileiro, de menos de dois litros por pessoa/ano continua muito distante dos 40 litros/ano dos argentinos ou dos 60 litros/ano dos franceses.