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Saúde
Segunda - 27 de Dezembro de 2004 às 06:12

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Tirar as rugas com botox pode sair muito caro. Embora a substância já fosse usada para outros fins como tratamento da paralisia cerebral ou de espasmos musculares, seu recente uso cosmético gerou um grande negócio e um mercado negro sem escrúpulos.

Esse mercado ilegal e crescente do botox começou a ser notícia há algumas semanas, quando um caso na Flórida deixou quatro pessoas no hospital. As autoridades continuam investigando o ocorrido. Os quatro doentes estão em condições críticas e praticamente paralisados com a toxina do botulismo, uma das mais perigosas na atualidade. Embora ainda não tenha sido esclarecido o ocorrido, já que nenhum dos envolvidos está em condições de falar, os investigadores suspeitam que eles utilizaram um produto não autorizado para consumo humano fabricado por uma companhia do Arizona.

A toxina botulínica, substância que as autoridades dos Estados Unidos aprovaram há cerca de dois anos para uso cosmético, atua em quantidades muito diluídas para bloquear os impulsos nervosos que causam as contrações e que, por sua vez, dão lugar às rugas. Uma injeção de botox alisa o rosto com tal eficácia que milhares de americanos viraram adeptos da substância, que proporciona um aspecto de juventude eterna.

O presidente da Associação de Cirurgia Plástica dos EUA, Peter Fodor, explicou que os especialistas recebem com freqüência propaganda sobre produtos mais baratos que imitam o botox. "Nenhum médico com credenciais usaria um produto que não foi aprovado", assinalou Fodor, para quem muitos pacientes caem na armadilha iludidos por propagandas enganosas que prometem resultados milagrosos a preços baixos.

O doutor afirmou que a metade de seus pacientes são pessoas que ficaram insatisfeitas com um trabalho anterior. "Eles sentam em meu consultório e choram por não terem conferido as credenciais dos médicos", afirmou.

No ano passado, a Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, em inglês) alertou sobre cargas procedentes de todo o mundo com substâncias que imitam o original. Enquanto isso, a Allergan, companhia da Califórnia que fabrica o botox autorizado pela FDA, mostrou sua preocupação pelo ocorrido e apontou que está ciente dos produtos falsos.

A companhia, que registrou vendas no valor de US$ 564 milhões no ano passado, ressaltou que o botox foi estudado durante mais de 20 anos antes de receber a autorização das autoridades. "Tudo se deve aos médicos sem ética que se aproveitam do nome para enriquecer, colocando a saúde dos pacientes em risco", disse Stéphanie Fagan, porta-voz da empresa.

Seja como for, esta não é a primeira vez que o produto causa preocupação. A substância alcançou tanta popularidade que, depois de sua aprovação, começaram a ser realizadas as chamadas "festas do botox", reuniões informais onde são aplicadas injeções para o tratamento de rugas. Nestas reuniões, que acontecem nos lugares mais variados, um especialista oferece aos presentes uma conversa sobre o botox, aperitivos, vinhos e, por último, injeções.

Os clientes comparecem a estas reuniões atraídos pelo ambiente informal ou pelas recomendações de amigos, apesar de várias associações profissionais (entre elas a Academia Americana de Dermatologia e a Sociedade de Cirurgiões Plásticos) terem se manifestado contra essas "festas".




Fonte: Agência EFE

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