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Cidades/Geral
Terça - 07 de Dezembro de 2004 às 08:58

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Além de ser um dos maiores produtores de gado de Mato Grosso, o município de Juara (300 quilômetros de Sinop) também está entre os que mais vacinam contra a brucelose. De janeiro a novembro, 55% do rebanho a ser vacinado foi imunizado. Os dados são do Indea (Instituto de Defesa Agropecuária) do município.

O chefe do escritório do órgão, Francisco Sales Ferreira acredita que a consciência da importância da imunização é o principal fator para os números altos. “O produtor sabe que se ele não vacinar terá problemas na hora de comercializar. Como a pecuária é a base da economia o pecuarista sabe que tem que vacinar se não, não vende”, atribuiu.

Hoje o rebanho em Juara é estimado em 98 mil cabeças -fêmeas de 3 a 8 meses- onde a vacinação é obrigatória, o rebanho vacinado até agora corresponde a 46 mil vacinações. Francisco não descarta a possibilidade de até o final deste mês -quando termina o prazo para a segunda comunicação-, os índices chegarem a casa dos 67% 68%. “Se continuar nesse ritmo poderemos alcançar estes índices”, apostou.

Desde de agosto do ano passado a vacinação de bovinos contra a brucelose virou lei em Mato Grosso. A decisão veio depois da exigência do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) que quer erradicar a doença no país e tornar a carne produzida no Brasil ainda mais atrativa para o mercado exterior. O rebanho existente em Mato Grosso é de 2.584.823 milhões de cabeças (fêmeas a serem vacinadas contra a doença) e 90% das propriedades cadastradas em todo o Estado há bezerros a serem vacinados. Em Mato, conforme o Indea (Instituto de Defesa Agropecuária), existem 96.868 mil propriedades.

O que preocupa o órgão é o fato do Estado ser líder em índices da doença, 10,25% dos animais tem a brucelose em 41% das propriedades. Números bem distantes em Estados como Minas Gerais, Paraná, e São Paulo onde o índice de animais infectados é de 0,8%. Santa Catarina, por exemplo, está entre os que têm menor índice 0,2%. O segundo Estado com maior número é Mato Grosso do Sul, com 6%.

Embora tenha sido um pedido que partiu dos próprios criadores a vacinação do rebanho, através da CNA (Confederação Nacional da Agropecuária), logo no início da implantação da lei, boa parte dos pecuaristas mato-grossenses não se adaptou as novas regras e resistiu em vacinar o rebanho. Prova está nos índices de vacinação. O ano de 2003, conforme dados do Indea, fechou em apenas 17% da meta a ser vacinada em 10% das propriedades. Mas aos poucos os pecuaristas estão tendo consciência da vacinação e estão imunizando o rebanho. A prova também vem dos índices. Este ano os números subiram um pouco mais e só no primeiro semestre os índices já chegaram a 26% em 19% das propriedades cadastradas. “Esperamos fechar 2004 com um índice de 50% do rebanho vacinado”, espera o responsável pelo programa de vacinação em Mato Grosso, João Marcelo Brandin Néspoli.

João Marcelo espera que em 2005 estes números sejam ainda maiores e garantiu que a partir de 2006 o órgão irá endurecer e fazer valer a lei, ou seja, quem não estiver em dia com a vacinação não poderá retirar a GTA (Guia de Transporte Animal) para transportar o rebanho. “A partir do dia primeiro de janeiro de 2006 vamos agir com mais rigor e o pecuarista que não estiver em dia com a vacinação não vai poder movimentar o rebanho, a não ser que seja para o abate. Será um prejuízo grande para ele (criador)”, alertou. Além de não poder transportar o rebanho o pecuarista será multado e a partir de primeiro de julho de 2005 nem para o abate poderá transportar o rebanho se não estiver com ele imunizado. “Nosso objetivo é chegar ao mesmo patamar que hoje está a vacinação contra a febre aftosa. A vacinação contra a brucelose terá o mesmo peso que a de aftosa. Estamos caminhando para isso e vamos chegar lá”, finalizou.




Fonte: Sò Noticias

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