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Nacional
Quarta - 13 de Outubro de 2004 às 07:42

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O secretário de Segurança Pública em exercício, Marcelo Itagiba, disse hoje que considerou exagerada a reportagem do jornal britânico The Independent sobre o Rio de Janeiro publicada ontem. Mesmo sem ter lido a reportagem, que descreve o Rio como "cidade da cocaína e da carnificina", o chefe de Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, manifestou repúdio e rebateu as críticas da imprensa estrangeira. A governadora Rosinha Matheus, não quis comentar o assunto.

"É um título que nós não vamos aceitar de forma alguma. Nós não produzimos cocaína. Há outros locais no mundo que têm um volume de cocaína, de consumo e de trânsito, maior que o Rio de Janeiro. Inclusive países de primeiro mundo", disse Lins hoje.

O texto compara os conflitos entre traficantes e a polícia aos combates na Chechênia e no Sudão. "Com ferozes guerras campais explodindo no Rio, muitos temem que a cidade esteja diante do abismo", diz o texto, que compara o número de mortes violentas no Rio com o da Cisjordânia. Segundo o jornal, entre 1987 e 2001, foram 4 mil homicídios na cidade, contra 467 no território palestino ocupado por Israel.

A reportagem ressalta que a cidade "conhecida mundialmente como maravilhosa" é cenário de violentos confrontos entre quadrilhas rivais. Conforme o Jornal do Brasil, a matéria provocou reações imediatas não apenas de autoridades do governo do Estado e do município, mas também de estudiosos.

Em nota, a secretaria de Segurança Pública informou que "o mais recente levantamento nacional dos índices de criminalidade - elaborado, em 2003, pelo Ministério da Justiça, com base nos dados de 2002 informados pelas secretarias estaduais de Segurança Pública - coloca o Rio no sétimo lugar em número de homicídios dolosos". E acrescentou que nunca se investiu tanto em segurança - são R$ 2,8 milhões previstos orçados deste ano.

O pesquisador da ONG Centro de Justiça Global, Marcelo Freixo, disse ao Jornal do Brasil que usar o termo guerra é prejudicial para entender o que acontece no Rio. "A idéia pressupõe um inimigo que precisa ser eliminado, contribuindo para a criminalização da pobreza."




Fonte: Terra

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