Movimento dos Sem Terra deverá lançar candidaturas em MT

Na contramão da estrutura política da classe rural, o coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Altamiro Stochero, garante que o movimento terá candidatos nessas eleições de outubro e, onde não for possível, dará apoio a projetos ligados à causa. A proposta é bater de frente com a organização dos produtores rurais.

Ainda segundo Stochero, a orientação do MST é a de apoiar candidatos que atuem em apoio aos interesses do movimento. “Somos uma organização com um interesse claro, que é o da reforma agrária e não o de viabilizar candidaturas. Em função disso, priorizamos apoiar nomes de fora, mas onde tivermos quadros fortes vamos implementar candidaturas”, avisou.

Crítico à atuação de parlamentares ligados à bancada ruralista, Stochero argumenta que nessa atuação não é observado o bem-estar de toda a população. “Eles se elegem com o voto dos pobres para defender o interesse de fazendeiros”, disse.

Para consolidar sua avaliação, a liderança do movimento lembra de projetos ligados ao setor que em sua avaliação não foram idealizados para o bem de todos. “A patrulha rural não é para defender o trabalhador rural e sim os proprietários de terra”.

Com a promessa do MST em entrar na disputa eleitoral, o conflito entre proprietários rurais e sem-terra deve passar do campo para os centros decisórios do poder.

Antes, os conflitos agrários eram mediados pelos representantes políticos. Mas, com a estruturação das bancadas rurais em diversos Estados, o MST promete ampliar o número de parlamentares ligados à causa e até mesmo eleger membros de seu movimento.

Nos municípios de Barra do Bugres e Tangará da Serra, por exemplo, o MST deverá contar com um candidato a vereador. “Ainda não há definição de nomes. Mas está acertado que vamos escolher lideranças do Assentamento Antônio Conselheiro, que fica entre os dois municípios”, revelou. Somente nesse assentamento estão 990 famílias.