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Internacional
Domingo - 13 de Abril de 2014 às 23:12

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Crocodilos, uma guerra civil brutal e mesmo a morte de um companheiro de viagem não foram suficientes para deter o britânico Levison Wood em seu caminho para realizar um sonho: caminhar mais de 6.800 quiilômetros ao longo de todo o curso do Rio Nilo.

Na jornada, o ex-capitão do Exército britânico de 31 anos deve passar por sete países ao longo de um ano. Em geral, o Nilo é considerado o rio mais longo do mundo, apesar de haver controvérsias sobre se esse lugar no ranking deveria ser do Rio Amazonas.

Depois de quatro meses caminhando porRuanda, Tanzânia e Uganda, Wood está agora no Sudão do Sul, um país com pouca infraestrutura que vem se desestabilizando após quatro meses de luta entre forças pró e contra o governo do país.

O aventureiro conta que demorou três anos para planejar a viagem, que vai de Ruanda ao Egito. “Tenho paixão pela África desde que era pequeno. Pensei: qual é a maior expedição na qual eu posso pensar? E era caminhar ao longo do Rio Nilo”, diz.

Apesar de ter enfrentado muitos perigos, Wood ressalta que era ainda mais difícil para os exploradores do passado, pois eles não tinham o luxo de andar com um telefone ou de acessar o Google Maps.

“Ficamos mais próximos do perigo quando nos deparamos com búfalos e elefantes. Também ficamos perigosamente próximos de um crocodilo”, afirma. “Mas o maior desafio é manter o ritmo e não ficar muito desanimado quando acontecem atrasos”, completa.

Morte

Apesar de o Sudão do Sul parecer a parte mais difícil da viagem, foi na Uganda que aconteceu a maior tragédia. O experiente jornalista e aventureiro americano Matt Power, que estava caminhando com Wood, morreu de exaustão causada pelo calor no dia 10 de março. Wood diz que isso o forçou a reconsiderar os planos.

Tiramos uma semana para refletir sobre o que aconteceu [a morte do companheiro de viagem]. Tivemos que pensar: 'Isso é algo que a gente realmente quer fazer?'"

Levison Wood

"Tiramos uma semana livre apenas para refletir sobre o que aconteceu e tivemos que pensar: ‘Isso é algo que a gente realmente quer fazer?’”, diz.

Depois de falar com a mulher e a família de Power e de ter o incentivo deles para continuar, Wood decidiu seguir viagem.

"É uma daquelas coisas que realmente nos faz perceber que isso não é uma coisa fácil de ser feita. É uma viagem incrivelmente difícil e perigosa em algumas partes, e tudo o que eu posso fazer é estar o mais preparado que eu puder e esperar que o mesmo não aconteça comigo”, disse.

Presos

Em média, Wood caminha 32 quilômetros ao dia. Ele quase nunca está sozinho. Seu guia do Congo tem sido uma companhia por um longo período. No Sudão do Sul, três soldados com armas AK-47 servem de escolta, por segurança. Outro sudanês leva suprimentos em uma bicicleta.

"O Sudão do Sul tem sido um desafio, para dizer o mínimo”, disse Wood. "Quando eu parti, no dia 25 de novembro, obviamente eu não previ que uma Guerra civil iria começar no meio de dezembro”

Uma equipe de filmagem segue Wood para gravar um documentário para os canais “Britain's Channel 4”, do Reino Unido, e “America's Animal Planet”, dos EUA.

Na capital do Sudão do Sul, Juba, o guia recebia com frequência ordens para que eles parassem de filmar perto de algum monumento nacional ou instalação militar. Eles chegaram a ser presos enquanto filmavam perto da única ponte que cruza o Nilo no Sudão do Sul.

A próxima parte da viagem traz ainda mais preocupações. O Nilo passa pelo estado de Jonglei, região que vem enfrentando batalhas pesadas nos últimos meses. "Como se trata de uma linha de frente, terei que tomar uma decisão quando chegar lá, para ver se sigo pelo rio ou se me desloco para longe dele”, afirma.





Fonte: Do G1

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