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Politica MT
Domingo - 25 de Maio de 2014 às 10:52

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Mesmo em viagem à Europa, o senador Blairo Maggi, investigado pela Ministério Público Federal em inquérito que desencadeou a quinta parte da Operação Ararath, conversou com a Revista Veja. Citado como beneficiário de um esquema clandestino de financiamento de campanha e compra de vagas no Tribunal de Contas, o parlamentar negou envolvimento no caso de corrupção no estado e, dizendo-se bastante constrangido com a situação, anunciou que vai deixar a política assim que terminar seu mandato no Senado, em 2018.

À Veja o senador afirmou que jamais fez operação alguma com o intuito de receber recursos. Segundo ele, deu um aval no banco para um amigo como ‘um favor’, o amigo não conseguiu pagar e cobraram dele a dívida.

“Nosso grupo fatura uns 5 bilhões de dólares por ano. Não precisaria simular um empréstimo de R$ 380.000. Os números são muito desproporcionais. Quem faz esse tipo de acusação deveria ter um pouco de senso para saber que isso não combina conosco. Deveriam antes pedir uma explicação. Mas não, chegam e detonam com todo mundo”, diz em trecho da entrevista.

Maggi negou também que conheça Júnior Mendonça, delator de todo suposto esquema trazido à tona com a Ararath e lamenta os danos à sua imagem. “Eu nunca vi esse cidadão. De repente ele aparece e diz que teve negócio comigo? De que jeito? O grande problema de tudo isso, além dos custos de defesa, é o risco de imagem que você tem”, citou.

Em outro trecho da entrevista Maggi diz que ser político é uma atividade de altíssimo risco. E que vai deixar a política ao final do seu mantado como senador. Segundo ele, vai voltar para a casa e ser feliz.

“Não é recomendável às pessoas que têm negócios fazer política. Eu, por exemplo, já marquei a data. Vou deixar a política. Assim que terminar meu mandato de senador, encerro minha carreira. O Brasil tem muitos desses problemas, os interesses são muito grandes e as pessoas circulam muito próximo do poder. E muito complicado. Para você se enrolar, basta um descuido. Não disputo mais o Senado. Não disputo mais nada. Vou voltar para minha casa e vou ser feliz. Já dei minha participação nesse processo todo”, afirma.

Entenda o caso

Os documentos apreendidos nas residências de Eder Moraes e do pai de Junior Mendonça nas fases anteriores da Ararath e mais as declarações do empresário à PF revelaram, segundo o pedido de busca e apreensão, indícios de que ao menos parte dos recursos provindos da instituição financeira fajuta se destinava a Blairo Maggi, e que “essa parte se destinava a finalidades espúrias no âmbito da política mato-grossense”.

O nome do senador Blairo Maggi aparece ainda durante as investigações sobre a suposta compra da cadeira no Tribunal de Contas do Estado do conselheiro Alencar Soares por Sérgio Ricardo, à época deputado estadual pelo PR, em 2009. Os elementos juntados pela investigação até então não foram, de acordo com o entendimento de Dias Toffoli, suficientes para que a PF realizasse busca e apreensão na casa e no escritório de Maggi, com sede na empresa Amaggi.

Em suas declarações à PF, Mendonça revelou que, em 2009, o então governador do Estado, obteve do “banco” de Mendonça, por intermédio de Eder Moraes, R$ 4.000.000,00 em favor de Alencar Soares filho, conselheiro que já teria vendido sua vaga a Sérgio Ricardo pelo mesmo valor. Soares, na ocasião, já teria gasto o dinheiro e queria “anular a transação” e por isso recorreu ao banco pirata. O delator diz que entregou um cheque de R$ 2.500.00,00 para Alencar poder devolver a Sérgio Ricardo. Maggi teria apenas “avalizado” o empréstimo.





Fonte: Olhar Direto

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