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Segunda - 26 de Maio de 2014 às 04:53

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O senador licenciado Blairo Maggi (PR) anunciou que vai se retirar da política após o término de seu mandato como senador. Admitiu desilusão com a política e se constrangido ao ter seu nome vinculado ao esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra a administração pública, investigado pela Policia Federal. De Paris, onde se encontra com a família, garante: “Não disputarei mais cargos eletivos”, afirmou por telefone.

Maggi se disse surpreso com o envolvimento de seu nome na operação Ararath. Ele destacou que suas empresas faturam mais de US$ 5 bilhões por ano e, como argumento, destaca que não precisaria simular um empréstimo de R$ 380 mil. "Os números são muito díspares”, disse, ao reclamar de uma das duas acusações que pesam contra ele: um empréstimo à empresa São Tadeu Energética S/A.

“O caso da São Tadeu é um aval pessoal meu a um amigo que estava passando por dificuldades em seu negócio, nada tem com a coisa pública. É algo particular e tenho certeza que será esclarecido” - frisou, em entrevista publicada neste domingo pelo jornal "Diário de Cuiabá".

O senador também rebate outra acusação feita na denúncia do empresário Gércio Mendonça Júnior - suspeito de ser o operador do esquema e colaborador do Ministério Público nas investigações. Ele afirmou que, em 2009, Maggi teria atuado na negociação de uma das cadeiras de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). “Não me envolvia em nomeação de conselheiro. Sempre respeitei e nomeei pessoas que foram aprovadas pela Assembleia Legislativa, sem discutir, pois é função da Assembleia fazer isso”, disse.

Em ambos os casos, o dinheiro movimentado saiu de empréstimos do BIC Banco. Nos casos dos R$ 388 mil para a São Tadeu Energética S/A e da suposta compra da vaga no TCE, que teria movimentado R$ 4 milhões com a empresa Todeschini, Maggi diz estar havendo uma “grande confusão”.

Segundo ele, o dinheiro para a São Tadeu não teve nada a ver com o poder público. Já no caso da Todeschini, ele considera uma operação normal, de uma empresa prestadora de serviço que foi ao banco para adiantar recursos e tocar as obras, uma vez que o governo só paga mediante medição e empenho.

Maggi reafirmou ainda que durante os sete anos e três meses em que esteve à frente do Governo de Mato Grosso nunca viu o empresário Gércio Mendonça Júnior. “Nunca fiz qualquer transação financeira com ele ou qualquer outra factoring”, disse, reconhecendo que foi procurado por Mendonça após deixar o Governo.

“De fato, ele me procurou e veio, sem eu saber, pois quem marcou a visita foi o falecido Ary Campos, ex-conselheiro do TCE. Eu nem sabia que este sujeito era seu genro. Neste encontro, disse-me que tinha um crédito junto ao Estado. Disse a ele que não poderia ajudar. Mas ele não relatou sobre a origem do crédito. Só agora tomei conhecimento do que se tratava”, garantiu o senador.

Ao ser questionado se Eder Moraes, seu ex-secretário de Fazenda, e considerado pela Polícia Federal como o principal operador do suposto esquema ilegal desbaratado pela operação Ararath, agia a seu mando, Maggi negou, lembrando que, em seu governo, os secretários tinham autonomia para tomar decisões e ajudar no dia-a-dia.

“Nestes anos, a arrecadação do Estado cresceu a uma média anual de 10%, a maior do Brasil. Nunca pedi a nenhum secretário ou qualquer outro servidor que fizesse algo errado”, concluiu Maggi.

Segundo Maggi, o Brasil tem muitos desses problemas. Na política, os interesses são muito grandes e as pessoas circulam muito próximo do poder. "E muito complicado. Para você se enrolar, basta um descuido. Não disputo mais o Senado. Não disputo mais nada. Vou voltar para minha casa e vou ser feliz. Já dei minha participação nesse processo todo" - concluiu.





Fonte: 24 Horas News

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